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ALYNE FREIRE DE MELO
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Bioinseticidas utilizados na comunidade quilombola Jenipapo, município de Caxias- MA
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Orientador : ROSELI FARIAS MELO DE BARROS
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Data: 20/12/2022
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A Etnobotânica, privilegia ações de trocas de conhecimento entre a ciência e a sociedade, por intermédio do conhecimento empírico da população. A problematização do uso de inseticidas químicos, causa danos à saúde dos povos e o uso de métodos alternativos de controle dos insetos pragas torna-se uma alternativa viável e de baixo custo. entre esses destaca-se o método de controle a base de inseticidas botânicos. Hipotetiza-se que os moradores da comunidade quilombola Jenipapo, no município de Caxias-MA. utilizam inseticidas botânicos, para fins de morte ou repelência de insetos e que o grau de toxidade dessas espécies constatará eficácia, aliando assim o saber tradicional e o conhecimento científico. Objetivou-se investigar as espécies botânicas utilizadas como inseticidas e/ou repelentes na comunidade e especificamente: identificar as espécies de plantas utilizadas pelos moradores como inseticida e/ou repelentes; obter pós de espécies vegetais potenciais, para avaliar o efeito repelente em insetos adultos de Sitophilus zeamais Motsch em condições de armazenamento, conhecer os aspectos socioambientais da comunidade e descrever as principais tradições e saberes dos quilombolas. O estudo foi realizado por meio do método de entrevistas por residência. Utilizou-se como percurso metodológico, a metodologia quali-quantitativa. Inicialmente, foi aplicada a técnica do Rapport , posteriormente levantaram-se dados por meio de formulários com questões abertas e fechadas a 50 moradores de ambos os gêneros, chefes de família. A coleta de material botânico foi realizada com auxílio dos especialistas locais, por intermédio de turnês-guiadas, A identificação foi realizada com o auxílio de literatura especializada. Os achados da pesquisa mostraram que os moradores conhecem/utilizam 27 espécies, distribuídas em 19 famílias botânicas. Destas, Chromolaena odorata (L.) R.King & H.Rob., Cedrela odorata L. e Costus guanaiensis Rusby, foram testas em forma de pó vegetal. A perda de peso dos grãos de milho reduziu com o aumento das concentrações dos pós. Na análise geoambiental observou-se: geologia, geomorfologia, pedologia, fitofisionomia, unidades de vegetação e uso e cobertura do solo. A comunidade possui 23 famílias assentadas, e outras 10 em território particular, as chamadas “terras de dono”. A maioria dos chefes de família é idoso, casado ou vive em união estável, predominantemente católico e recebe algum tipo de benefício do governo Federal. Todas as residências dispõem de rede de energia elétrica, mas não existe coleta regular de lixo. A comunidade está inserida nos Tabuleiros do Médio Itapecuru e o solo encontrado é predominantemente Latossolo amarelo. Observou-se apenas a ocorrência do Grupo Mearim, Formação Corda. O município insere-se no domínio do Cerrado. Nessa região, é possível observar a expansão do agronegócio e locais com substituição da vegetação nativa pelo plantio de grãos e pastagem. Crenças e superstições também fazem parte do imaginário e/ou rotina dos quilombolas e estas são intimamente ligadas com as relações desses com natureza. O respeito as fases da lua nas atividades cotidianas, fazem parte dessa cosmovisão. Esses estudos são de grande importância e devem ser incentivadas em comunidades quilombolas maranhenses, frente ao grande número de quilombos localizados no Estado e para a manutenção dos aspectos culturais herdados dos seus antepassados escravizados.
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MIRNA ANDRADE BEZERRA
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PLANTAS ALIMENTÍCIAS SILVESTRES E A TRANSPOSIÇÃO DIDÁTICA DE CONHECIMENTOS LOCAIS NA EDUCAÇÃO BÁSICA EM COMUNIDADES RURAIS NO INTERIOR DO NORDESTE BRASILEIRO
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Data: 16/12/2022
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As plantas alimentícias silvestres (PAS) nascem espontaneamente e têm sido utilizadas por comunidades tradicionais e locais em tempos de escassez de alimentos e/ou para a complementação dos hábitos alimentares. A transmissão de conhecimentos entre gerações permite o fluxo e perpetuação das informações dos mais experientes para os mais jovens. No entanto, há uma problemática quanto à perda de saberes que pode ser superada mediante a integração dos conhecimentos científicos e tradicionais com o envolvimento das comunidades, estudantes e a mediação dos docentes. Desta forma, esta pesquisa objetiva analisar as representações sociais dos professores da educação básica sobre a mediação e as possibilidades de aplicação dos conhecimentos de plantas silvestres utilizadas como alimentícias, sendo eles pertencentes ou não às comunidades rurais, valorizando o discurso e a transposição didática para o resgate dos saberes locais e o desenvolvimento da educação ambiental. Foram realizadas revisões científicas sobre a biodiversidade de PAS terrestres e aquáticas com potencial subutilizado, tendo por base estudos etnobotânicos, com ênfase nas espécies encontradas no semiárido brasileiro. A partir desta análise, na qual foram identificadas plantas comumente utilizadas pelas populações, investigações anatômicas e histoquímicas foram realizadas no pecíolo e folhas de Bromelia laciniosa, Hymenaea courbaril, Psidium guineense, Talinum paniculatum e cladódio de Cereus jamacaru com a finalidade de indicar estruturas secretoras que produzem compostos úteis para a alimentação. Tendo em vista o distanciamento e redução das relações homem e natureza, percebe-se a importância de inserir a escola e principalmente, professores como mediadores de abordagens educativas, interdisciplinares no desenvolvimento de conteúdos relacionados às PAS. Para isso, desenvolveu-se entrevistas semiestruturadas com professores da educação básica, pertencentes ou não as comunidades rurais. Realizou-se a análise das representações sociais e a construção do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC) que nos permite constatar que os docentes consideram positivas e relevantes as possibilidades de aplicação do conhecimento local sobre PAS na construção da educação ambiental. Diante disso, as narrativas também foram embasadas em documentos e legislações relevantes para área educacional e ambiental com o objetivo de identificar de que forma os professores podem transpor didaticamente o conhecimento para crianças, adolescentes e jovens. Foram realizadas ainda, entrevistas somente com docentes que pertencem às comunidades rurais do município de Viçosa do Ceará, especificamente de Passagem da onça, sítio Tucuns e Bom tempo. Considera-se que os docentes pertencentes às comunidades rurais podem realizar a transposição didática desenvolvendo uma aprendizagem contextualizada sobre as PAS que fizeram ou ainda fazem parte da sua alimentação em momentos variados da vivência estabelecendo correlações com o meio ambiente. A valorização dos saberes locais sobre os usos das plantas silvestres pode ser combinada com a educação ambiental formal e não-formal, relacionando-as aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) com a mediação do professor, partindo do reconhecimento de que a discussão desta temática em diferentes contextos, mostra-se relevante para a formação integral do estudante e fortalecer os elos de pertencimento do indivíduo ao seu lugar.
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LUCIANA BATISTA LIMA
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Expansão urbana e transformações ambientais e sociais: Estudo em Caxias, Maranhão, Brasil
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Orientador : WILZA GOMES REIS LOPES
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Data: 22/09/2022
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A expansão urbana nas cidades tem sido fenômeno constante nas cidades médias do Brasil, refletindo no aumento demográfico pela chegada de populações rurais e/ou de outras cidades e regiões. O fenômeno da urbanização tem sido analisado por meio de diversos aspectos, com vários agentes envolvidos cada um com sua atuação na dinâmica deste processo. Nesta análise devem ser percebidas as alterações físicas ocorridas, juntamente com aspectos socioeconômicos e ambientais das cidades. Desta feita, esta pesquisa se propôs a analisar as transformações socioambientais da área urbana de Caxias, Maranhão, identificando os fatores que influenciaram esse processo. Como objetivos específicos, buscou-se refletir sobre a formação sócio histórica da cidade de Caxias; compreender o processo de transformação socioambiental ocorrido na cidade de Caxias, considerando o período de 1990 a 2021; discutir como a implantação de empreendimentos habitacionais pode influenciar na expansão urbana, enfocando a cidade de Caxias e caracterizar a dinâmica de ocupação e uso do solo urbano na cidade, no período de 1990 a 2021. A pesquisa foi baseada em pesquisa bibliográfica, documental e de campo, levantamento de dados secundários em sites de instituições. A pesquisa bibliográfica foi realizada em livros, artigos disponíveis em bases de dados como Scielo, Scopus, Science Direct; dados e relatórios disponibilizados por órgãos públicos municipais de Caxias, dados e informações disponíveis em sites diversos, relacionados às temáticas pesquisadas. Realizou-se visitas a campo com observação direta, para a identificação de características e localização dos empreendimentos residenciais. Os mapas foram elaborados por meio de Sistema de Informação Geográfica (SIG), com o uso do Software QGIS, versão 3.16.15 para tratamento inicial e final dos dados. Foi observado que que a cidade de Caxias teve seu recente crescimento e ampliação urbana a partir dos anos de 1990, com ênfase para os anos de 2000, recebendo população de cidades vizinhas, como também de outros estados. A expansão do espaço urbano ocorreu de forma espraiada em direção às áreas periféricas, ocorrendo de forma espontânea e sem planejamento, resultado da ocupação de áreas vazias da cidade e, também, induzida pela implantação de empreendimentos habitacionais privados e públicos. Foram identificados 34 empreendimentos residenciais, sendo 11 conjuntos habitacionais públicos e 23 empreendimentos financiados por iniciativa privada, como condomínios fechados, loteamentos residenciais ou conjuntos residenciais. Foi constatado maior crescimento da cidade, na direção Norte, como também, foi nessa região em que ocorreu a construção de maior número de empreendimentos residenciais. Acredita-se que a implantação do Instituto Federal do Maranhão (IFMA), em Caxias, tenha contribuído como vetor de expansão para a zona Norte. A zona Leste se destacou como a segunda maior, em ampliação de áreas, embora, ainda apresente vastas áreas que podem ser ocupadas. Na direção Oeste, observa-se menor quantidade de empreendimentos residenciais, mas configura-se como área potencial para investimentos em empreendimentos residenciais. Na direção Sul, constata-se que houve crescimento da cidade, com a construção de alguns empreendimentos residenciais, mas sem apresentar ocupação do lado esquerdo do rio Itapecuru, que se configura como um limite. A expansão urbana causou diversas alterações no ambiente, como aumento de estrutura urbana e solo exposto e diminuição de corpos d´água e de áreas de vegetação. Isto aponta para um processo de expansão urbana com impactos ambientais negativos que vão desde estreitamento e desaparecimento de efluentes, ocupação de áreas ambientalmente frágeis e práticas antrópicas degradantes como deposição de resíduos em locais inadequados, queimadas e outras.
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LUCIANA BATISTA LIMA
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Expansão urbana e transformações ambientais e sociais: Estudo em Caxias, Maranhão, Brasil
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Orientador : WILZA GOMES REIS LOPES
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Data: 22/09/2022
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A expansão urbana nas cidades tem sido fenômeno constante nas cidades médias do Brasil, refletindo no aumento demográfico pela chegada de populações rurais e/ou de outras cidades e regiões. O fenômeno da urbanização tem sido analisado por meio de diversos aspectos, com vários agentes envolvidos cada um com sua atuação na dinâmica deste processo. Nesta análise devem ser percebidas as alterações físicas ocorridas, juntamente com aspectos socioeconômicos e ambientais das cidades. Desta feita, esta pesquisa se propôs a analisar as transformações socioambientais da área urbana de Caxias, Maranhão, identificando os fatores que influenciaram esse processo. Como objetivos específicos, buscou-se refletir sobre a formação sócio histórica da cidade de Caxias; compreender o processo de transformação socioambiental ocorrido na cidade de Caxias, considerando o período de 1990 a 2021; discutir como a implantação de empreendimentos habitacionais pode influenciar na expansão urbana, enfocando a cidade de Caxias e caracterizar a dinâmica de ocupação e uso do solo urbano na cidade, no período de 1990 a 2021. A pesquisa foi baseada em pesquisa bibliográfica, documental e de campo, levantamento de dados secundários em sites de instituições. A pesquisa bibliográfica foi realizada em livros, artigos disponíveis em bases de dados como Scielo, Scopus, Science Direct; dados e relatórios disponibilizados por órgãos públicos municipais de Caxias, dados e informações disponíveis em sites diversos, relacionados às temáticas pesquisadas. Realizou-se visitas a campo com observação direta, para a identificação de características e localização dos empreendimentos residenciais. Os mapas foram elaborados por meio de Sistema de Informação Geográfica (SIG), com o uso do Software QGIS, versão 3.16.15 para tratamento inicial e final dos dados. Foi observado que que a cidade de Caxias teve seu recente crescimento e ampliação urbana a partir dos anos de 1990, com ênfase para os anos de 2000, recebendo população de cidades vizinhas, como também de outros estados. A expansão do espaço urbano ocorreu de forma espraiada em direção às áreas periféricas, ocorrendo de forma espontânea e sem planejamento, resultado da ocupação de áreas vazias da cidade e, também, induzida pela implantação de empreendimentos habitacionais privados e públicos. Foram identificados 34 empreendimentos residenciais, sendo 11 conjuntos habitacionais públicos e 23 empreendimentos financiados por iniciativa privada, como condomínios fechados, loteamentos residenciais ou conjuntos residenciais. Foi constatado maior crescimento da cidade, na direção Norte, como também, foi nessa região em que ocorreu a construção de maior número de empreendimentos residenciais. Acredita-se que a implantação do Instituto Federal do Maranhão (IFMA), em Caxias, tenha contribuído como vetor de expansão para a zona Norte. A zona Leste se destacou como a segunda maior, em ampliação de áreas, embora, ainda apresente vastas áreas que podem ser ocupadas. Na direção Oeste, observa-se menor quantidade de empreendimentos residenciais, mas configura-se como área potencial para investimentos em empreendimentos residenciais. Na direção Sul, constata-se que houve crescimento da cidade, com a construção de alguns empreendimentos residenciais, mas sem apresentar ocupação do lado esquerdo do rio Itapecuru, que se configura como um limite. A expansão urbana causou diversas alterações no ambiente, como aumento de estrutura urbana e solo exposto e diminuição de corpos d´água e de áreas de vegetação. Isto aponta para um processo de expansão urbana com impactos ambientais negativos que vão desde estreitamento e desaparecimento de efluentes, ocupação de áreas ambientalmente frágeis e práticas antrópicas degradantes como deposição de resíduos em locais inadequados, queimadas e outras.
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ANDRÉ BASTOS DA SILVA
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PADRÕES DE USO DA ICTIOFAUNA E CONHECIMENTO ECOLÓGICO TRADICIONAL ASSOCIADOS À PESCA ARTESANAL NO MÉDIO RIO PARNAÍBA, NORDESTE BRASILEIRO
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Orientador : JOAO BATISTA LOPES
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Data: 05/08/2022
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Na pesca, o conhecimento local (“TEK”) dos pescadores tem fornecido informações valiosas capazes de produzirem estratégias mais eficientes de conservação e gestão dos recursos. Mas como ele é influenciado e compartilhado dentro da comunidade? Como atributos intrínsecos do recurso influenciam na sua importância para a comunidade? Finalmente, como o TEK poderia refletir a relação pescador-peixe na comunidade? E quais suas implicações para a conservação e manejo dos recursos? Essas perguntas-chave foram aqui respondidas avaliando o TEK de pescadores artesanais de uma pescaria multiespecífica e de pequena-escala do médio rio Parnaíba, no nordeste do Brasil. A hipótese de que os pescadores teriam um conhecimento mais rico sobre peixes destinados ao consumo e comércio local foi confirmada, mas não em relação ao compartilhamento de conhecimento, que foi maior entre peixes de isca e de aquicultura. Foi também parcialmente confirmada a hipótese de que a riqueza e compartilhamento de conhecimento responderia ao perfil do pescador. O gênero masculino foi um preditor importante em todos os modelos ajustados. Entretanto, sugere-se cautela na sua interpretação, dadas peculiaridade e importância do TEK das mulheres na pesca. Os resultados também mostraram que o valor comercial do pescado influenciava na importância relativa da espécie, independentemente do tamanho ou peso. É possível que a sobrepesca tenha reduzido drasticamente a abundância de grandes bagres na região, influenciando a percepção atual dos pescadores. Analisando-se métricas de redes de interação pescador-peixe, observou-se um padrão de baixa modularidade e alto aninhamento. Em particular, a rede feminina era mais aninhada que a masculina, reforçando a ideia de que iniciativas para redução da vulnerabilidade socioecológica de sistemas de pesca poderiam incluir metas de redução da desigualdade de gênero. Outra dimensão do TEK aqui abordada avaliou a cosmovisão dos pescadores, analisando-se como seres sobrenaturais que habitam as águas interagem com eles e os peixes, e suas implicações no manejo de pesca. Finalmente, este estudo trouxe uma contribuição do TEK dos pescadores no preenchimento de lacunas de conhecimento sobre a distribuição geográfica de peixes, especificamente para o bagre estuarino Sciades herzbergii (Bloch, 1794).
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JOSÉ SANTANA DA ROCHA
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CONTABILIDADE DE CUSTOS DE FLUXO DE MATERIAIS EM INDÚSTRIA DE TERESINA PI COM BASE NA NORMA ISO 14051
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Data: 03/08/2022
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A busca por tecnologias e/ou ferramentas que proporcionam produções industriais mais sustentáveis sob o ponto de vista econômico e ambiental, simultaneamente, tem sido cada vez mais frequente e indispensáveis nos diversos sistemas integrados de produção industrial. Dentre as ferramentas que integram a contabilidade da gestão ambiental encontra-se a Contabilidade dos Custos de Fluxo de Material (CCFM), que rastreia os fluxos produtivos industriais por meio da quantificação física e monetária das matérias primas e insumos utilizados, com foco nas perdas de materiais advindas da produção a fim de fornecer informações úteis, que visem a redução dos custos corporativos e ambientais ao mesmo tempo, gerando benefícios econômicos e ambientais para a organização. Esta pesquisa, foi desenvolvida com o objetivo geral de analisar a aplicabilidade da norma ISO 14051 (CCFM) na realidade de microempresa do ramo industrial gráfico de Teresina - Piauí. Constatou-se que a ciência contábil está se moldando cada vez mais a regras internacionalmente aceitas. Dentre tais regramentos destaca-se um novo campo do saber desta ciência social, a contabilidade ambiental, que vem desempenhando papel de destaque no que se refere a prestação de informações ambientais úteis para tomada de decisões estratégicas nas organizações. No que se refere a CCFM, apesar do crescimento emergente da literatura, evidenciou-se que esta ferramenta vem sendo utilizada de forma tímida e pontual no mundo. O continente asiático tem se destacado em estudos a implementação desta ferramenta, especialmente no Japão, um dos principais idealizadores da CCFM juntamente com a Alemanha. Os resultados da aplicação da CCFM em uma microempresa do ramo industrial gráfico situada no município de Teresina (PI), demonstrou que é possível a aplicabilidade e adaptação da norma para este tipo de indústria. Constatou-se que 41,6% de toda produção analisada estava sendo desperdiçada. A etapa de impressão apresentou 70,5% das perdas de material em comparação com os desperdícios totais do processo analisado. Após a identificação das ineficiências apontadas pela CCFM, medidas para melhorias no processo como acondicionamento e proteção da máquina de imprimir, da matéria-prima e insumos utilizados e a redução em 14,5% da área de cada folha de papel impresso destinado ao produto acabado, foram indicadas com o objetivo de auxiliar na redução das perdas advindas da produção. Sugestões de integração de informações sobre custos ambientais nos relatórios contábeis e gerenciais da empresa estudada, também, foram propostas. A CCFM se apresenta como uma ferramenta importante na identificação dos custos ambientais ocultos nos processos produtivos além de servir como suporte para a tomada de decisões, tendo reflexo na melhoria da produção, reduzindo o consumo de material (recursos naturais) e a quantidade de resíduos gerados na fabricação. Contudo, estudos futuros podem ser realizados para aplicar a CCFM em uma estrutura de produção mais ampla e/ou complexa ou em organizações de grande porte ou de produção em larga escala, inclusive em cadeia de suprimentos. Além disso, este estudo se restringiu a uma microempresa para a aplicação da CCFM. Pesquisas futuras podem ser implementadas para apontar se os benefícios, vantagens e entraves, identificados pela execução da CCFM, variam entre diferentes regiões do Brasil ou em outros setores da indústria brasileira.
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FRANCISCO DAS CHAGAS VIEIRA SANTOS
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Impactos de parques eólicos sobre a avifauna e suas implicações no ecoturismo dos Pequenos Lençóis Maranhenses, Nordeste, Brasil
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Orientador : ANDERSON GUZZI
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Data: 29/07/2022
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A implantação de uma usina eólica pode gerar, de forma direta e indireta, impactos sobre a fauna, em especial sobre as aves. Objetivou-se levantar os impactos decorrentes da operação de parques eólicos na região dos Pequenos Lençóis Maranhenses (PLM) sobre a avifauna e a influência desses sobre o ecoturismo de observação de aves nos municípios de Paulino Neves e Barreirinhas (MA). Foram realizadas 14 amostragens trimestrais no período de agosto de 2017 a dezembro de 2020, num total de 350 horas de observação. O registro da avifauna ocorreu por meio de 12 pontos de escuta (P1-P12) e três áreas controle (AC1-AC3). Foram armadas 20 redes de neblina (mist nets) de 2,5m x 3mm x 12m. Estas permaneceram abertas entre 4:00 às 8:00 horas e entre 16:00 às 20:00 horas, durante cinco dias consecutivos por campanha, num total de 3.200 horas/rede, vistoriadas a cada 20 minutos. Foram aplicados critérios quanto ao risco de colisão para cada espécie registrada e estabelecidos valores binários, zero (0) ou um (1), para as variáveis estudadas. Desta forma, as aves registradas receberam um escore com base no somatório dos pontos. Além disso, foi realizado estudo de percepção sobre impactos de parque eólicos nas populações dos guarás, com condutores de turistas da região, no período de maio a julho de 2019, com a utilização de entrevistas semiestruturadas com 35 condutores. Foram registrados 47.322 contatos com indivíduos pertencentes a 77 espécies de aves nas áreas amostradas, distribuídas em 29 famílias e 15 ordens, e capturados 205 indivíduos, pertencentes a 10 espécies. O maior número de espécies foi registrado nos pontos internos (P1-P12) do complexo eólico (n = 61), seguidos de AC2 (n = 54), AC1 (n = 36) e AC3 (n = 19). A maioria das categorias tróficas mostra um mesmo padrão de influência na composição da avifauna, tanto para os pontos internos do complexo como para áreas controle. Para os tipos de lagoas, os padrões de influência diferem em termos de contribuição, pois as aves que se alimentam de invertebrados aquáticos (invaq) e onívoras (oni) obtiveram maior relação com lagoas do tipo permanente, ao passo que os insetívoros (ins) apresentaram maior relação com lagoas do tipo temporárias. Das espécies registradas, 44% estão na categoria de alto risco de colisão com aerogeradores (score 5-6), seguidas por 40% com médio risco (score 3-4), 13% com baixo risco (score 1-2) e 3% que não apresentaram algum tipo de risco (escore = 0). Conforme 46% dos condutores, a instalação e operação dos parques eólicos não causaram impactos negativos nos guarás, contudo, 23% relataram que é o soterramento de lagoas um dos principais problemas gerados pelo empreendimento. Foram informados 13 atrativos turísticos com potencial para observação da espécie, sendo a mais citada a Lagoa do Alazão (n =27), seguida da localidade Caburé (n = 25) e Praia da Assembleia (n = 13). Apesar da descaracterização do ambiente natural para a instalação de um complexo eólico na região dos Pequenos Lençóis Maranhenses, uma rica avifauna ainda pode ser observada na área de estudo. Não houve diferença de riqueza de aves estimadas entre os pontos internos do complexo eólico e áreas controle. Quanto aos critérios de risco à colisão, percebeu-se que a maioria das espécies mais vulneráveis pertence às famílias Scolopacidae, Anatidae, Ardeidae, Accipitridae, Cathartidae e Falconidae. Nesse sentido, as populações identificadas com maior vulnerabilidade devem ser foco de futuros estudos de monitoramento na região do complexo eólico.Vale ressaltar que a maioria dos condutores não percebe impactos negativos dos parques eólicos sob os guarás, além disso, demostram conhecer a importância, o comportamento e sua distribuição na região.
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MURYLLO DOS SANTOS NASCIMENTO
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Parque Nacional de Ubajara: a Avifauna e o Ecoturismo em um Brejo de Altitude Cearense
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Orientador : ANDERSON GUZZI
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Data: 28/07/2022
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O Parque Nacional de Ubajara (PNU), unidade de conservação de proteção integral, localiza-se na região noroeste do estado do Ceará, compõe a Serra da Ibiapaba, área caracterizada como um brejo de altitude. Por serem consideradas áreas de exceção, visto suas peculiaridades em relação à vegetação típica da Caatinga, os brejos de altitude são de grande importância para este bioma, principalmente pela biodiversidade que abrigam. Considerando a carência de pesquisas relacionadas à avifauna dessas regiões, objetivou-se inventariar e caracterizar a avifauna do PNU, indicando possíveis ameaças e avaliando o potencial da região para a inserção da prática de observação de aves (birdwatching). Os dados de campo desta pesquisa foram coletados entre julho de 2019 e agosto de 2021. O inventário das espécies deu-se através do método ponto de escuta, que foram dispostos em trilhas pré-existentes e foram marcados a cada 200 m. As aves foram registradas em três áreas distintas do PNU. A avaliação acerca das ameaças à avifauna baseou-se em informações contidas nos termos de apreensões/entrada disponíveis na sede administrativa do ICMBio no município de Ubajara. Para a avaliação do potencial da região para a prática do birdwatching, foram analisados dois fatores: a riqueza da avifauna e a infraestrutura presente na região. Ao fim da coleta de dados, foram registradas para o PNU, 138 espécies de aves pertencentes a 40 famílias e 16 ordens. Destas, quatro estão categorizadas como vulneráveis à extinção: Hemitriccus mirandae, Sclerurus cearenses, Xiphorhynchus atlanticus e Thamnophilus caerulescens cearenses. Constatou-se que a avifauna da região é vítima constante do comércio ilegal de fauna, principalmente espécies da família Thraupidae. Ainda assim, o parque possui uma avifauna rica e abundante, que aliado à sua infraestrutura, torna essa unidade de conservação uma área potencial para a prática de observação de aves. Em suma, a partir das informações coletadas, ressalta-se a importância do PNU para a preservação da avifauna do bioma Caatinga.
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FRANCISCO PEREIRA DA SILVA FILHO
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ZONEAMENTO TURÍSTICO DO MUNICÍPIO DE ILHA GRANDE, PIAUÍ, COMO SUBSÍDIO PARA O ORDENAMENTO TERRITORIAL
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Orientador : IVANILZA MOREIRA DE ANDRADE PAIVA
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Data: 26/07/2022
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O zoneamento turístico, instrumento de políticas públicas, pouco utilizado ainda no estado do Piauí, possibilita estabelecer, zonear e direcionar o ordenamento territorial para a organização socioespacial de um município, implicando na organização do uso e ocupação do solo de forma racionalizada. Esse tipo de ferramenta faz-se necessário no município de Ilha Grande, devido a problemas socioambientais presentes no cotidiano da população, tais como à falta de infraestrutura, que atenda as demandas da comunidade e dos turistas, a distribuição permanente de água com qualidade, o fornecimento de energia, o funcionamento integral da rede de esgoto existente e a criação de pies para o embarque e desembarque tanto da população local quanto turistas. Portanto, objetivou-se com essa tese apresentar uma proposta de zoneamento turístico do município de Ilha Grande, Piauí, como uma ferramenta que auxilie a gestão pública na fomentação e desenvolvimento do turismo local, bem como no ordenamento territorial de forma sustentável. A metodologia consistiu em um estudo exploratório, descritivo, documental e de campo, com caráter quantitativo e quantitativo, com base nas peculiaridades do município (características sociais, culturais, ambientais e potencialidades turística), tendo como parâmetro o método indutivo, além da utilização de formulários e roteiros de entrevistas como instrumentos de cooptação de informações, que foram aplicados de forma não-aleatória e probabilística. Com a pesquisa, pôde-se demonstrar a importância do conhecimento de normas e diretrizes que regem o município de Ilha Grande, principalmente, por parte da gestão pública, que deve também manter diálogo com instituições (sobretudo ICMBio) que resguardam o ecossistema deltaico, já que o município está localizado dentro da Área de Proteção Ambiental. Foi caracterizado que a maioria das receitas orçamentárias são provenientes de fontes externas, sendo que 91,2% destas, especialmente, advêm de auxílios do Governo Federal. Tais condições demonstram a vulnerabilidade e ineficiência socioeconômica do município, uma situação que inviabiliza a aplicação de políticas públicas que atendam, de fato, as necessidades básicas locais. Foram identificadas a existência de ações de fiscalização de áreas vulneráveis ambientalmente por parte dos gestores municipais, além de campanhas educativas no desenvolvimento da atividade turística. O gestor da APA Delta do Parnaíba relatou, que realiza ações específicas de controle da atividade turística por meio da participação de conselhos municipais e da construção do plano de manejo. Os empresários do trade afirmaram que não possuem projetos em prol da atividade turística com a gestão pública e/ou com outras empresas. A população local, na sua maioria (55%) não acredita que o turismo praticado no município contribui para a preservação ambiental, por falta de ações mais concretas por parte da gestão pública e empresários do trade. Apesar dessa descrença na preservação ambiental, é possível descrever que a cadeia produtiva do turismo no município possui uma considerável representatividade na geração de emprego e renda, que está em torno de 34,82%. Foi possível ainda propor um zoneamento turístico para o município de Ilha Grande em cinco zonas diferenciadas, onde poderão ser implementadas políticas públicas (sociais e de infraestrutura) no sentido de promover o ordenamento territorial por meio da administração públicas. Para isso, a gestão municipal conta com documentos que podem direcionar o ordenamento do território, assim como o zoneamento turístico, especialmente o constituído pela Lei n° 190, de 5 de dezembro de 2007, no qual institui o Plano Diretor Participativo do município. Por fim, foi identificado também que Ilha Grande tem grande vocação para o desenvolvimento do ecoturismo, segmento da atividade que tem o princípio da sustentabilidade, devido a racionalização e sensibilização das ações do homem perante a natureza e, que deve ser vista como uma alternativa socioeconômica por toda a sociedade local.
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MÁRCIO LUCIANO PEREIRA BATISTA
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Etnobotânica de plantas medicinais e alimentícias como condicionantes a difusão do empreendedorismo e do desenvolvimento local sustentável no rural piauiense
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Orientador : ROSELI FARIAS MELO DE BARROS
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Data: 18/07/2022
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A biodiversidade da flora brasileira denota um potencial significativo para os estudos científicos e para o beneficiamento de plantas, sobretudo, medicinais e alimentícias. O Piauí apresenta distintas unidades de paisagens com exponencial riqueza florística, distribuídas em inúmeras comunidades rurais. As questões norteadoras desta investigação conformam-se em saber como o etnoconhecimento sobre plantas medicinais e alimentícias praticado pela comunidade rural José Gomes, em Cabeceiras do Piauí, tem interferido positivamente ou negativamente na conservação ambiental e na manutenção da cultura local? O etnoconhecimento pode conduzir a comunidade para o empreendedorismo, repercutindo no desenvolvimento local sustentável? O conhecimento sobre plantas na comunidade mostra-se como um importante instrumento de empoderamento social e valorização cultural, cuja conservação dos estoques de recursos naturais, aliada ao patrimônio cultural de saberes e práticas, ampliam os horizontes do empreendedorismo, podendo manifestar-se como meio para o desenvolvimento local sustentável. Nesse sentido, objetivou-se compreender a influência da etnobotânica no empreendedorismo e no desenvolvimento local sustentável em José Gomes. A metodologia qualiquantitativa sustentou-se em critérios descritivos e exploratórios, além da etnografia; empregou-se também a técnica da observação direta, o diário de campo e turnê-guiada, além da matriz de SWOT. Aplicaram-se 82 formulários semiestruturados entre os comunitários, cujas análises quantitativas embasaram-se no cálculo do Valor de Uso Geral das espécies. Foram citadas 81 espécies, pertencentes a 40 famílias, sendo as mais representativas: Fabaceae (32,5%), Anacardiaceae (15%), Laminaceae (12,5%) e Arecaceae / Cucurbitaceae / Poaceae / Rutaceae (10%). Do total de famílias, 35% foram exclusivamente na categoria medicinal, 32,5% na alimentícia e 32,5% foram referidas nas duas categorias. Quanto à origem das espécies 60,5% eram exóticas e 39,5% nativas; as partes mais usadas foram as folhas (42,3%), seguidas dos frutos (21,5%). Os valores de uso real e potencial global apresentaram 76,51% (5.476 citações) e 23,49% (1.681), respectivamente, sendo que o valor de uso real 73,36% (2.558 citações) e potencial 26,64% (929) para a categoria medicinal e valor de uso real de 77,33% (2.058 citações) e potencial 22,67% (603) para a categoria alimentícia e para o uso das duas categorias valor de uso real 85,23% (860 citações) e potencial 14,77% (149). As espécies medicinais, alimentícias e/ou as duas que apresentaram maior valor de uso real foram: Oryza sativa L. (arroz – 1,70), Cucurbita pepo L./ Malpighia glabra L. – (jerimum e acerola - 1,24 cada), e Plectranthus amboinicus (Lour.) Spreng (malva-do-reino– 1,23). O diagnóstico socioeconômico e ambiental apontou para a necessidade de subsídios especializados, visando melhorias financeiras, econômicas e ambientais. Por outro lado, as análises demonstraram a presença de potencialidades internas favoráveis com uma forte projeção ao conhecimento botânico. Entendeu-se que o conhecimento etnobotânico das duas categorias, se for incentivado a monetizar os produtos gerados por meio dos vegetais, gerará valor social, econômico e ambiental. As reflexões elaboradas na comunidade a partir de um estudo minucioso foi possível observar, que a localidade é praticamente desprovida de políticas públicas que possam estabelecer a difusão do empreendedorismo sustentável, além de assegurar o desenvolvimento local, ficando os comunitários à mercê das demandas sociais e econômicas que satisfazem o bem-estar social.
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JULIANA CARDOZO DE FARIAS
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Sociobiodiversidade, morfometria e diversidade genética de cajuí (Anacardium occidentale L.) - ecótipos restinga e cerrado no Piauí, Brasil
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Orientador : IVANILZA MOREIRA DE ANDRADE PAIVA
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Data: 10/06/2022
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Anacardium occidentale L., com hipocarpo e fruto de tamanho reduzido, ocorrente na restinga e cerrado, e popularmente conhecido como cajuizeiros, têm importância ecológica e socioeconômica para várias comunidades do Nordeste brasileiro. Assim, objetivou-se identificar os usos e o manejo do cajuí, ecótipo restinga, em comunidades no Maranhão e no Piauí, bem como caracterizar a variabilidade morfométrica e molecular dos ecótipos restinga (Piauí: nos municípios de Parnaíba e Cajueiro da Praia e Maranhão: na Ilha das Canárias em Araioses) e cerrado (Campo Maior, José de Freitas e no Parque Nacional de Sete Cidades). Para avaliar os dados etnobiológicos foram empregados formulários semiestruturados a 88 extrativistas das comunidades Canárias no Maranhão e Labino e Barrinha no Piaui, empregando o valor de diversidade de uso (UDs), valor para a parte da planta (PPV) e análise de regressão linear multivariada. Também foi possível elaborar uma cartilha com os usos do cajuí. Para caracterizar e distinguir os dois ecótipos de A. occidentale das seis populações estudadas, com base no estudo de populações naturais e quantificar sua variabilidade morfológica em seis áreas, foram empregados 51 descritores fenotípicos. Amostras de material vegetativo (ramos com folhas) e férteis (com flores, frutos e hipocarpo) de 30 indivíduos de cada população de cajuí (A. occidentale) foram coletadas considerando sua distribuição, sendo três populações do ambiente costeiro e três do cerrado. A variabilidade genética foi analisada pelo método de genotipagem utilizando 115 indivíduos das seis populações. Foram utilizados seis primers microssatélites, os dados foram avaliados usando os programas Micro-Checker, GenAlEx, GDA, Alerquin para realização da análise de variância molecular (AMOVA), Fstat, e Structure. A maioria (73%) dos entrevistados são mulheres. O cajuí é empregadocomo alimentício (UDs: 0,87), forrageiro (0,08), medicinal (0,03) e combustível (0,02). O hipocarpo tem maior diversidade de uso (PPV: 0,76). Observou-se que em Canárias existe a tendência dos que possuem um maior tempo de moradia serem detentores de maior número de usos (p: 0,041). Os cajuís são coletados manualmente principalmente em grupo, na mata (50%) e próximos das residências (50%) durante o período de safra. As análises morfométricas evidenciaram (PCA) separação de dois grupos, ecótipo restiga e cerrado, embora tenha havido superposição. Quanto aos caracteres da folha, a lâmina foliar é mais longa e mais larga no ecótipo cerrado. A validação cruzada (KNN) usando a classificação de ecótipos revelou que a maioria dos indivíduos podem ser corretamente alocados em sua categoria. As análises moleculares mostraram diferenciação em dois grupos, ecótipo restinga e cerrado usando o Structure. Os valores médios de Heterozigosidade esperada (He) foram maiores para o ecótipo cerrado (He= 0,66), exibindo maior diversidade genética em relação ao ecótipo restinga. Os valores do coeficiente de endogamia (FIS) foram positivos, indicando excesso de indivíduos homozigotos, e consequentemente desvios do equilíbrio de Hardy-Weinberg foram observados em alguns marcadores. Dados da análise de variância molecular (AMOVA) mostraram que 74,15% da variabilidade genética encontra-se dentro das populações e 20,99% de variância está entre os grupos evidenciados pelas diferenças genética entre elas. Assim, estimativas usando técnicas moleculares permitiram diferenciar geneticamente as populações dos ecótipos restinga e cerrado; aliado a isso a heterogeneidade fenotípica observada usando os métodos morfométricos, possivelmente sejam reflexos ecológicos, ambientais e do fluxo gênico. Nesse cenário, o cajuizeiro tem grande importância socioeconômica para as comunidades estudadas e permitem a continuidade da identidade cultural associada à sociobiodiversidade.
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CRISTIANA DE SOUSA LEITE
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A inclusão social e o potencial da energia fotovoltaica para redução da pobreza energética: estudo do Programa Minha Casa Minha Vida em Teresina, Piauí
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Orientador : WILZA GOMES REIS LOPES
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Data: 29/04/2022
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A habitação é um direito social fundamental, devendo ser garantida por políticas públicas, principalmente, para a população de baixa renda. Além da edificação propriamente dita, cabe assegurar a integração à cidade e condições equitativas de emprego, lazer e renda, constituindo-se um dos focos do Objetivo do Desenvolvimento Sustentável (ODS) 11 da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas. Entre os serviços a serem assegurados, conforme ODS 7, está o fornecimento acessível e confiável de energia, insumo que contribui com as condições de conforto, alimentação, saúde e produtividade do indivíduo. Entretanto, no Brasil, as moradias ofertadas pelo poder público às famílias de baixa renda, denominadas habitações de interesse social, tem reforçado a segregação espacial e as desigualdades sociais. Quanto à energia, ainda são escassos os estudos sobre a pobreza energética no país, que podem expressar a dificuldade das famílias em arcar com o custo da eletricidade necessária nos domicílios. Esta pobreza poderia ser diminuída, assim como as emissões de dióxido de carbono relacionadas à geração elétrica, com o uso de Sistema Solar Fotovoltaico (SFV) nas residências. Assim, o objetivo geral desta pesquisa foi analisar os impactos da atuação do Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV) para a população de baixa renda, em relação à inclusão social e ao potencial de uso de SFV para a redução da pobreza energética, tendo como enfoque o município de Teresina, Piauí. Como metodologia, além de pesquisa bibliográfica, foram coletados dados do Ministério do Desenvolvimento Regional e da Prefeitura Municipal de Teresina, permitindo, com auxílio de programas computacionais, analisar estatisticamente o PMCMV e verificar seu desempenho quanto à inclusão social em Teresina. Foram estimados os níveis de irradiação solar nas habitações sociais teresinenses, com base no Atlas Brasileiro de Energia Solar, para identificar seu potencial de geração fotovoltaica em cinco cenários de consumo, por meio de parâmetros econométricos. Da Empresa de Pesquisa Energética e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, foram coletados dados de consumo elétrico residencial e renda per capita para estimar a pobreza energética no Brasil, Nordeste e Piauí, baseados na despesa das famílias com eletricidade, com e sem SFV. Foi constatado que o alcance das metas e a produtividade do PMCMV variaram durante sua execução e que, assim como no restante do Brasil, a inclusão social não foi prioridade na execução do PMCMV em Teresina, pois as habitações, principalmente na faixa 1, foram localizadas longe do centro comercial e em áreas com baixo desenvolvimento econômico, intensificando a segregação socioespacial. Foi identificado que os Sistemas de Aquecimento Solar foram as fontes renováveis predominantes nas contratações por meio do PMCMV e que nenhum sistema foi contratado para Teresina. Ainda, foi detectada a viabilidade econômica na adoção dos sistemas fotovoltaicos, por meio de retrofit, nas casas analisadas, os quais contribuiriam, também, para a redução das emissões de dióxido de carbono do país. Ademais, foi constatada situação de pobreza energética para famílias do Nordeste beneficiadas pelo PMCMV, enquanto a instalação de SFV nas habitações permitiria reduzir as despesas domiciliares com eletricidade em todas as esferas analisadas.
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SIMONE FERREIRA DE ALBUQUERQUE
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Entraves para a sustentabilidade na confecção de vestuarios e na cultura de moda
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Data: 01/02/2022
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A indústria de confecção do vestuário tem sido apontada por práticas insustentáveis que afetam negativamente o meio ambiente. Pode produzir níveis significantes em emissões de carbono, destinação inadequada de resíduos, uso de produtos químicos, más condições de trabalho e desperdício, porém, apenas recentemente, os problemas apontados tornaram-se visíveis. Além dos danos causados pela cadeia de suprimentos e por seu processo produtivo, a forma de disposição final das peças do vestuário pelo consumidor e a sua manutenção ainda é maior que os danos provocados por essa indústria pois continua a impactar o meio ambiente no processo de manutenção, lavagem e passadoria. Destaca-se ainda nesse processo, o marketing das empresas/indústrias, que difunde diariamente novidades, estimulando o consumo dos bens materiais e imateriais de forma a satisfazer mais as necessidades emocionais que físicas, função inicial das vestimentas: cobrir o copo. O objetivo geral deste trabalho é avaliar os efeitos da cultura da moda sobre o gerenciamento das indústrias de confecção de vestuário em Teresina, visto ser um tema de relevância mundial em virtude do impacto ambiental e social que pode provocar e de sua importância econômica, e ainda pouco estudado e debatido na academia com um direcionamento mais específico para as micro e pequenas empresas que representam a realidade do setor no Brasil, podendo contribuir para uma implementação mais efetiva e com baixos custos da sustentabilidade nos processos. Metodologicamente, foi desenvolvida uma pesquisa documental e bibliográfica em diferentes bases de dados para a elaboração de todo o suporte teórico. Concomitantemente, uma pesquisa de campo foi realizada em micro e pequenas empresas de confecção do vestuário em Teresina cuja atividade principal encontra-se cadastrada com o CNAE 14.12.6-01 junto à Receita Federal, com abordagem quali-quantitativa utilizando como instrumento de pesquisa o roteiro, o questionário e a observação direta que resultou em relatórios, os quais forneceram os dados necessários para os resultados. As pesquisas documentais, bibliográficas e de campo, revelaram que a sustentabilidade não é um tema transversal para a área de moda, trata-se mais de um nicho específico de mercado; a literatura atual sobre a sustentabilidade na indústria de confecção do vestuário foca em seis temas principais: economia e consumo de energia; reciclagem e reutilização de têxteis; consumo e economia circular; logística reversa; ferramentas de design e sustentabilidade na cadeia de suprimentos; porém, percebe-se que, na revisão bibliográfica, toda a reponsabilidade sobre o desenvolvimento sustentável da indústria de confecção do vestuário é direcionada à cadeia de suprimentos; que as publicações sobre o tema estão crescendo, que a área que exibe maior interesse no tema é administração, que as metodologias mais utilizadas são os estudos de caso, que o periódico que mais aborda o tema é o Journal of Clean Production e que o país que mais pública é a Inglaterra; que a legislação brasileira contempla a proteção ambiental mas não há uma efetiva fiscalização por parte dos órgãos públicos; que é notória a necessidade de modificações no âmbito da gestão e da estrutura organizacional das empresas localmente e que existe interesse em uma gestão ambiental limpa no processo produtivo, no entanto, sua implementação implica em custos adicionais que irão comprometer o custo final do produto e sua comercialização em virtude dos preços praticados pela concorrência. Conclui-se, então, que é possível implementar a sustentabilidade na indústria de confecção do vestuário, mas que ainda não é uma realidade na atualidade.
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