Este trabalho percorre alguma trilhas e veredas de sertão, busca dialogar com os seus enredos, signos e símbolos no sentido de desvendar alguns de nossos marcadores identitários a partir de nossos mitos de origem, com o auxílio da narrativa cinematográfica. Partindo do pressuposto de que nascemos como "pátria piauíense", pensada a partir da colonização portuguesa, dos caminhos do gado, desbravados pela aventura bandeirante, e temos elementos suficientes para pensar nossas identidades à luz da categoria sertão, resolvi trabalhar especificamente com o filme Cipriano, de Douglas Machado, produzido no Piauí e lançado em 2001. Tomar este filme como objetivo de análise apresenta-se como possibilidade de apreender imagens e narrativas de sertão construídas com a contribuição de pessoas que atuam como formadoras de opinião - a exemplo de diretores e roteiristas de cinema, os quais, por seu turno, sintetizam, interpretam, representam elementos do imaginário de sertão. Nesta direção, a ideia é buscar compreender como mitos de origem são manuseados e se manifestam no discurso fílmico em tempos pós-modernos. Objetivo da pesquisa é identificar, em Cipriano, signos e símbolos ativos no imaginário de sertão que interpelam subjetividades e produzem sentidos para a "pátria piauiense".