Significações a respeito da masculinidade entre jovens gays na cidade de Teresina: fatores reguladores da sexualidade
Masculinidade. Heteronormatividade. Homossexualidade. Teresina
Este trabalho objetiva captar algumas das significações da masculinidade entre jovens gays na cidade de Teresina para Conhecer melhor os meios reguladores da sexualidade nesse contexto. É assumido aqui que as noções sobre a masculinidade já são um poder fortemente regulador (GUASH-ANDREU, 2000). De acordo com as experiências dos sujeitos pesquisados são abordados temas como poder aquisitivo, agrupamentos juvenis, conquista de parceiros sexuais, virilidade, entre outros. Foram ouvidas, gravadas e transcritas as trajetórias de cinco interlocutores, durante o primeiro semestre de 2012. Outras duas experiências foram escutadas informalmente parao alargamento da discussão. Os diálogos foram guiados por tópicos sobre conceitos e características da masculinidade. Uma alta compreensão dos padrões heteronormativos se faz presente nas falas. O conceito de masculinidade hegemômica (ALMEIDA, 1995) se sobressai para fazer ver algumas masculinidades entendidas como subalternas. Estas masculinidades hegemônicas cristalizam as características do masculino em oposição ao feminino, as produções corporais, as classificações mediante a prática sexual e ao gênero. A heteronormatividade é tida como um dispositiovo (FOUCALT, 1979) criado historicamente para atender ao uma demanda num dado contexto social. Tenta-se mais uma vez desnaturalizar (SCOTT, 1995) as performaces de gênero (BUTLER, 2006) para uma abordagem cultural das masculinidades e para a demosntração de que as vivências gays são plurais e não excluem incorporações de práticas reiteradas como masculinas. Por fim, os sujeitos apresentam as estratégias para lidar como algumas sanções que a heteronorma pressupõem, não revolucionando-a, mais utilizando-se, por exemplo, do revelar/não-revelar a sua homossexualidade (SEDGWICK, 2007) - embora ela seja grande parte das vezes presumida. Assim, se torna possível que os sujeitos adentrem a novas classificações, e sejam reconhecidos por meio de outros marcadores de hierarquias sociais que não apenas o sexo/gênero.