Este trabalho movimenta-se a partir dos objetivos de pesquisar e analisar as identidades sexuais ditas de "fronteiras" em que os sujeitos atualizam e deslocam através de performances sobre o ser para além da partição masculino/feminino. A partir de agosto de 2015 foi criada em Teresina a "Festa sintética", que constitui o contexto dessa pesquisa. Em tais espaços ocorrem as ações performáticas como shows, dublagens, som de DJ, em que analisarei a partir da teoria de gênero e performance de Judith Butler (2016), Richard Schechner (2006), Gilles Deleuze e Félix Guattari (2007), principalmente. A pesquisa de campo inicia em dezembro de 2016 quando conheci pessoas que despertaram minha curiosidade ao tema. Uma vez em campo centrei-me em três sujeitos pelas suas centralidades na festa e nas performances. João, Sam e Letícia foram meus colaboradores na pesquisa: contaram-me das festas, das suas performances, e da sua sexualidade. Desse modo a interpretação etnográfica concentra-se tanto nos discursos dos sujeitos quanto em suas performances nas festas. Essa pesquisa mostra um contexto social e posição sexual de estar e ser entre fronteiras. A festa na cidade é um espaço visto como "libertário" e "político" em que ampliam as possibilidades de ser dos sujeitos se constituírem para além do masculino e do feminino: "Não sou homem e nem sou mulher, quem sou?".