O presente trabalho tem por objetivo apresentar uma caminhada histórica de luta dos povos indígenas Kaiowá e Guarani do estado de Mato Grosso do Sul, que violados no tempo e no espaço sobrevivem a uma caótica condição nas reservas indígenas, ao qual foram submetidos após o esbulho territorial. Movidos pelo desejo de retorno aos terrotórios originários para reconstruir seu bom modo de viver (teko porã) constituído pelos ensinamentos milenares que se caracterizam como a chave para a Terra sem mal, os indígenas através do instrumento estratégico de luta, a Aty Guasu (Grande Assembléia), organização articulada a partir de 1970, mobilizam-se contra a dominação neocolonial e para reocupar o tekoha perdido. Sabendo que os Kaiowá e Guarani, enquanto um povo espiritualizado, guiados por divindades que assopram aos ouvidos dos líderes espirituais avançam em uma longa caminhada espiritual para fundir o passado e o futuro.