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Banca de DEFESA: MARCOS VINICIUS PEREIRA OLIVEIRA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MARCOS VINICIUS PEREIRA OLIVEIRA
DATA: 26/04/2013
HORA: 09:00
LOCAL: Sala de Vídeo I - CCHL
TÍTULO:

Algodões I: um drama social (povos e territórios do Açude/Barragens Algodões I, em Cocal, no Piauí: processos, atores, narrativas)

 

PALAVRAS-CHAVES:

Des-reterritorialização. Drama social. Açude/Barragem Algodões I. Etnografia. AVABA.


PÁGINAS: 163
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Antropologia
RESUMO:

Esta dissertação trata do processo de des-reterritorialização em Cocal-PI, pensado como drama social na perspectiva teórica de Vitor Turner, envolvendo povos locais, sobretudo, camponeses, na relação com o Açude/Barragem Algodões I. Nesta pesquisa, busquei apreender os sentidos construídos por tais populações com o Açude/Barragem, enfatizando seu colapso, em 2009, até a situação atual. O Açude/Barragem Algodões I rompeu no dia 27 de maio de 2009 ocasionando a morte de pessoas, perdas materiais e imateriais, e o deslocamento de várias famílias entre os municípios de Cocal e Buriti dos Lopes. No trabalho de campo, busquei ver, ouvir, registrar e interpretar, através de observação direta, participante, conversas no cotidiano, entrevistas semi-estruturadas, produção de imagens fotográficas, e indexação em diário de campo. Trata-se de uma etnografia que resulta da relação dialógica entre pesquisador e pesquisado/as, na procura de atentar às vozes das subjetividades acionadas. Busquei, assim, identificar as origens históricas de constituição do campesinato local, além de investigar seus modos e meios de vida; mapear povoados e assentamentos na região do Açude/Barragem Algodões I; identificar moradores/as do seu entorno que resistem em suas terras mesmo após o desastre; identificar antigo/as moradores/as da região próxima ao açude/barragem, que vivem, hoje, em assentamentos, e apreender como esses povos significam a presença material e simbólica de um empreendimento estatal que veio a colapso. Como resultado, pude ver que sentidos da relação entre os povos locais e o Açude/Barragem Algodões dão-se em tempos e espaços diversos. O sistema de relações sociais construídos historicamente em Algodões I, desde a construção do Açude na região, apontou para uma territorialidade construída pela relação seca/água/açude/barragem. Em 2009, o açude “estourou”, representando uma ruptura na estrutura social, um processo de des-reterritorialização que implicou em profundas transformações na vida dos povos atingidos: desestruturação de modos de vida, deslocamento territorial. Esse momento é aqui caracterizado, como extraordinário, de crise. Entretanto, famílias ainda resistem nos povoados mesmo com dificuldades de várias ordens, reinventando a relação com a água, agora escassa, e com a terra, agora, danificada. Além disso, procuram reinventar modos de vida. A tragédia pode também ser compreendida como a concretização de um risco fabricado, como produção social e territorial da modernidade. Assim, o Açude/Barragem Algodões I seria uma expressão da “modernidade”, e no caso em estudo, uma modernidade rasurada, incompleta. Nessa direção, a mesma condição desterritorializante que implicou na desestruturação dos modos de vida locais, permitiu a participação dos atores locais em redes de defesa e valorização de seus territórios através da Associação das Vítimas e Amigos das Vítimas da Barragem Algodões – AVABA. Uma identidade comum de atingido/as se processa na articulação da própria AVABA com outros movimentos regionais e nacionais. Dessa forma, indícios de regeneração e reintegração podem ser visualizados em uma nova estrutura que se processa.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1167705 - MARIA DIONE CARVALHO DE MORAIS
Externo ao Programa - 1581663 - MARIA SUELI RODRIGUES DE SOUSA
Interno - 423569 - MARLUCIA VALERIA DA SILVA
Notícia cadastrada em: 25/04/2013 15:24
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