O presente trabalho tem como objetivo de estudo um coletivo de Capoeira Angola da cidade de Teresina que legitima sua prática a partir da articulação entre um saber "marginal" e "biomédico". Pode-se dizer que tal coletivo faz uso dos espaços públicos dos Parques para disseminar um saber tradicional produto da cultura afro-brasileira ao mesmo tempo que sua prática articula-se com o saber "biomédico" da Fisioterapia através de treinos regulares em uma clínica de Fisioterapia da cidade de Teresina, espaço no qual são atribuídos outros valores a prática da C. A. O objetivo é compreender como o coletivo de angoleiros desta cidade legitima sua prática num contexto onde a maioria dos grupos de Capoeira estão vinculados genealógicamente às vertentes distintas, como de Capoeira Contemporânea e Capoeira Esportiva/Nacionalizada. Utilizo como teria e método a etnografia nos termos de Márcio Goldman (2001) e Fravet-Saada (2005) por entender que o trabalho de campo consiste num tipo de devir, através do qual o antropólogo necessita afastar-se de sua condição hegemônica (como pesquisador) e deixar de ser afetado pela experiência nativa. Todavia, deve-se ressaltar que os dados etnográficos referente ao trabalho de campo com a Capoeira Angola de Teresina serão enfatizados nos capítulos três e quatro, destinando-se aos capítulos iniciais apresentados aqui uma análise histórico-antropológica sobre o campo da Capoeira afim de inserir o universo capoeirístico desta cidade com o propósito de entender como se constitui o coletivo pesquisado.