Apresento nesse trabalho uma discussão acerca da tríade corpo x gênero x nome nas experiências de travestis e transexuais em Teresina (PI) partir do uso do noe social. A etnografia que aqui se constitui tem como base a Antropologia do Nome e Nomeação, em particular, o trabalho de Gabrielle vom Bruck e Barbará Bodenhorn e fragmenta-se em três cenários diferentes para análise do nome social e da documentação desse nome nas vidas de pessoas travestis e transexuais em Teresina. O primeiro cenário analisado é o de Centro de Referência LGBTT “Raimundo Pereira”, aqui apresentado como um espaço de construção de identidades políticas e escolhido por ser o local onde se viabiliza a retirada da Carteira de Identificação do Nome Social. O segundo cenário constitui-se de uma vivência mais próxima de uma travesti “não-documentada” e seu processo para retirada de documentos. Por fim, o terceiro cenário, onde analisa-se o julgamento de um crime supostamente com cunho transfóbico ocorrido na cidade de Teresina e a dicotomia nome civil x nome social aí ressaltada dentro do âmbito jurídico.