O objeto de pesquisa desse trabalho são as relações estabelecidas entre os grupos de capoeira da cidade de Teresina, sobretudo, as relações construídas pelo Grupo Muzenza de Capoeira (GMC) e a Associação Cultural Movimentação Capoeira (ACMC). Ao adentrar na realidade desses grupos, em seus treinos, rodas e eventos de várias finalidades, realizados de maneira independente e/ou em parceria com outros grupos, tive a possibilidade de compreender que as relações contemporâneas entre os membros da “comunidade da capoeira de Teresina” se
constitui de maneira processual, principalmente, em torno da gestão da violência e/ou do conflito. O primeiro capítulo tenciona demonstrar como se constituiu a delimitação do campo de pesquisa, a metodologia desenvolvendo uma categoria central para análise das relações entre os grupos, que é o conflito. Já o segundo, procura compreender a realidade histórica de constituição da capoeira de Teresina, demonstrando como as relações se constituíram e definem a organização social da capoeira dessa cidade. O terceiro capítulo foca na sistematização dos mecanismos organizacionais que organizam os grupos, tendo como ponto central o sistema de
graduação, para em seguida demonstrar que as relações extrapolam os limites da normatização. O posicionamento metodológico, que teve como fio condutor a etnografia, foi construído ao longo da pesquisa com a minha participação ativa na realidade do GMC e da ACMC, o que me permitiu observar, participar e intervir em diversas “situações sociais”, e teve como objetivo compreender como as relações de conflito se estabelecem e como elas se regulam e são reguladas na “comunidade da capoeira de Teresina”.