OS SABERES E FAZERES DA PRÁTICA DO GESTOR: desafios para a construção da gestão democrática na escola pública
Saberes. Fazeres. Gestor. Gestão democrática. Escola pública.
Esta pesquisa teve como objetivo geral compreender como a relação entre os saberes e fazeres do Pedagogo gestor contribui para a construção da gestão democrática na escola pública da rede municipal da cidade de Teresina – Piauí. Partimos do seguinte questionamento: qual a relação entre os saberes e fazeres do Pedagogo gestor para a construção da gestão democrática na escola pública? Buscamos compreender o processo de construção dos saberes e fazeres de duas gestoras, o entendimento delas acerca da gestão democrática e como este princípio é operacionalizado nas escolas. Partimos do pressuposto que tal gestor antes de assumir o compromisso de gerir uma escola passou por um processo de construção de saberes que foram sendo elaborados a partir das histórias de vida e ao longo formação profissional e pessoal. Fundamenta-se nos princípios da Etnometodologia enquanto teoria do social e adota como método de investigação a Etnografia com base em autores como Garfinkel (2006), Coulon (1995a, 1995b, 1995c), Malinowski (1978), Angrosino (2009), Fritzen (2012), Macedo (2012), Bertaux (2010) além dos estudos desenvolvidos por Geertz (2013), Wagner (2010) e Berguer e Luckmann (2013) em relação à cultura, o trabalho de campo e a construção social da realidade. O campo empírico se constituiu de duas gestoras que atuam em escolas da rede pública municipal de Teresina-Piauí. Enquanto pesquisa qualitativa etnográfica fizemos uso da observação participante e da entrevista narrativa, associado ao diário de campo construído pelo pesquisador. Os dados foram analisados com base na Análise da Conversação de Marcuschi (1986). Como aportes teóricos nos baseamos em autores como Lück (2006, 2011, 2013, 2014), Leite (2006), Libâneo (2004, 2007, 2010), Paro (2012), Tardif (2002), Josso (2004), Arroyo (2000). Os resultados da pesquisa nos mostraram que as gestoras atribuem sentido ao processo de construção dos saberes e fazeres com base no saber da experiência. A análise ainda nos revelou que os saberes e fazeres foram sendo construídos a partir das vivências que as gestoras obtiveram ao longo de experiências anteriores que perpassam a vida profissional como docente, e que a valorização dos saberes construídos na formação inicial e continuada depende da forma como estes são operacionalizados no cotidiano da prática. Os dados expressam ainda, que as posições assumidas pelas interlocutoras divergem quanto às contribuições da formação – saberes – e da prática - fazeres - no cotidiano da escola, o que conduziu a nossa compreensão no sentido de que a construção de tais saberes e fazeres vai depender do modo como o gestor os operacionaliza. Em relação à gestão democrática, ambas as gestoras trabalham com este principio no limite que o sistema educacional permite, buscando desenvolver práticas que incentivem a participação o sentido de coletividade, descentralização e autonomia garantindo que todos os atores sociais que fazem parte da escola, compartilhem das decisões e trabalhem em conjunto. Portanto a formação inicial e continuada precisam ser repensadas sobre como estão organizando seus currículos tendo em vista a formação do gestor escolar.