SOCIOPOETIZANDO AFETOS NA ESCOLA: CONFETOS PRODUZIDOS POR JOVENS ALUNOS DE UMA ESCOLA TÉCNICO-PROFISSIONALIZANTE.
Afetos na escola. Jovens. Escola Agrícola. Sociopoética
A presença dos afetos na escola e o que pode o corpo na produção de conhecimentos representam o desafio e a tônica dessa pesquisa: um olhar para muito além do paradigma cartesiano instalado nas mais diversas modalidades de ensino, em específico nessa pesquisa, o ensino técnico. Dentro dessa concepção, este estudo tem como objetivo geral analisar as ideias e os conceitos sobre afetos na escola produzidos pelos alunos dos cursos técnicos do Colégio Agrícola de Bom Jesus (CABJ) e como específicos: identificar o que pensam os alunos dos cursos técnicos do CABJ sobre afetos na escola; favorecer a produção de outras formas de pensar ou outros conceitos de afetos na escola; identificar as problemáticas que atravessam os alunos em torno dos afetos na escola; apontar o que potencializa os alunos diante das problemáticas em torno dos afetos na escola. Para esta discussão foram utilizados os estudos de Maturana (1991), Boff (2007), Freire (1993), Merçon (2009), Gleiser (2005), Foucault (2010), em especial Espinosa (2009), acerca do conceito de afetos. Utilizou-se ainda Gauthier (1999), Petit (2002) e Adad (2011) no âmbito da Sociopoética que compreende a produção de conhecimento com o corpo todo e em grupo, utilizando técnicas artísticas com grupos de resistência. A pesquisa de campo foi realizada no Colégio Agrícola de Bom Jesus (CABJ), formando um grupo-pesquisador misto de 09(nove) alunos, meninos e meninas, dos cursos técnicos de agropecuária, enfermagem e informática. Foi utilizado o método sociopoético com as técnicas de produção de dados intituladas o Trajeto dos Afetos e as Esculturas dos Afetos. Após a produção de dados, foi feita a análise onde se evidenciou as seguintes categorias de pensamentos dos jovens: conceitos de afetos na escola, características e problemáticas dos afetos na escola; aliados e obstáculos dos afetos nas escolas. A pesquisa, portanto, permitiu uma aproximação com as ideias e conceitos desses jovens alunos, encarando-os como sujeitos históricos e de direitos, produtores de saberes. Nesse caso, o resultado deste trabalho poderá possibilitar aos discentes, educadores, entre outros profissionais que estejam envolvidos no processo ensino aprendizagem a superação de paradigmas e práticas pedagógicas que negam a existência dos afetos na escola e anulam o corpo no processo de construção de conhecimento.