Este trabalho trata de uma investigação acerca da prática docente de professores de alunos surdos na disciplina de Língua Portuguesa, em escolas públicas inclusivas, uma vez que embora os surdos estejam vivenciando um momento de inclusão na escola regular, ainda não têm à sua disposição estratégias facilitadoras do aprendizado da língua portuguesa. O estudo teve como objetivo principal investigar as práticas de professores de alunos surdos em relação ao ensino de Língua Portuguesa, levando-se em conta que estes são estrangeiros em sala de aula. A pesquisa é de cunho qualitativo, mais especificamente, uma pesquisa ação da qual participaram seis professoras de Língua Portuguesa de três escolas da rede estadual de ensino, da cidade de Teresina-PI, no período de novembro de 2015 a dezembro de 2016. A Análise de Conteúdo, segundo Bardin (2012), serviu como método de análise das categorias, determinadas a partir das entrevistas iniciais com as professoras. Utilizamos, ainda, oficinas a fim de apresentar às docentes participantes as estratégias propostas ao ensino de língua portuguesa como língua estrangeira, assim como também fizemos observações de aulas das professoras. Os resultados apontam que a inclusão ainda não acontece, de fato, nas escolas pesquisadas e autodenominadas inclusivas, assim como verificamos um conflito vivenciado pelas professoras no que diz respeito a questões socioculturais e teórico-práticas, devido à dificuldade de as mesmas compreenderem o surdo como participante de uma comunidade linguística e cultural diferente. Alcançamos ainda, com base nos resultados, que as práticas vivenciadas pelas professoras ainda não contemplam as propostas bilingues, tampouco são direcionadas aos alunos surdos, ao contrário, são práticas voltadas exclusivamente aos alunos ouvintes, intermediadas pelos intérpretes. Além do mais, apesar de as participantes dizerem que não utilizavam estratégias específicas para os alunos surdos por desconhecimento, todas têm cursos de capacitação e/ou especialização em Libras ou Educação Especial. Além disso, apenas duas passaram a planejar aulas diferenciadas após a intervenção realizada, alcançando resultados positivos. As demais continuaram com o discurso da falta de compromisso do governo, da ausência de cursos de capacitação, dentre outras que garantem a perpetuidade de ações que não se coadunam com a prática de escolas inclusivas.