O MOVIMENTO INCLUSIVO NO ENSINO SUPERIOR NA PERSPECTIVA DE ALUNOS CEGOS
Inclusão. Deficiência Visual. Ensino Superior
RESUMO
As pessoas com deficiência enfrentam inúmeras dificuldades para se inserir no Ensino Superior, ainda que a legislação brasileira apresente diversos dispositivos que garantam o ingresso e permanência nesse nível de ensino. Nesse sentido, consideramos relevante investigar quais as modificações que o movimento inclusivo provocou no processo de inclusão do aluno cego nas instituições de ensino superior públicas e privadas na cidade de Teresina – PI. Este estudo adotou como referencial teórico autores como Mendes (2006); Rodrigues (2001); Bueno (2008); Tomasini (1998); Valdés (2006); Fernandes e Orrico (2008), Amiralian (1997); Vigotski (1997), entre outros. A pesquisa foi desenvolvida entre os meses de março e agosto de 2012 e teve como objetivo geral investigar, na perspectiva de alunos cegos em segunda graduação, as modificações em instituições de ensino superior públicas e privadas decorrentes do surgimento do movimento inclusivo. A metodologia apoia-se na abordagem de natureza qualitativa do tipo explicativa. Participaram do estudo 4 sujeitos cegos que cursam o Ensino Superior em segunda graduação em instituições públicas e privadas, sendo 3 do sexo masculino e um do sexo feminino na faixa etária de 30 a 56 anos. O instrumento utilizado na pesquisa foi a entrevista semiestruturada. A análise das informações foi feita a partir da análise de conteúdo (BARDIN, 1977; FRANCO, 2003). Em relação aos resultados, constatamos que o movimento inclusivo não promoveu modificações significativas quanto ao acesso e permanência de pessoas com cegueira no ensino superior, sendo que permanecem dificuldades existentes na primeira graduação amenizadas pela solidariedade do outro, o avanço das tecnologias e o esforço individual de cada sujeito.