A sociedade brasileira alimenta vários estereótipos negativos em relação ao afrodescendente, construindo dessa maneira uma sociedade desigual, refletindo seus preconceitos, práticas discriminatórias e racistas. Dentro desse viés, a mulher afrodescendente sofre de maneira interseccional discriminações de gênero-raça-classe (e por causa de outros fatores). Como forma de reproduzir esses estereótipos, temos a chamada literatura infantil clássica que invisibiliza a menina afrodescendente. Diante dessa situação, indagamos: quais as motivações e justificativas das medidas adotadas por algumas editoras especializadas na afrodescendência em relação ao não tratamento/inclusão/participação de meninas descendentes de africanas/os na literatura considerada infantil? Com base em experiências acadêmicas anteriores, esta pesquisa visa compreender as respostas de algumas instituições, como as editoras, em relação às ausências e esquecimentos de meninas descendentes de africanas/os na literatura considerada infantil. Deste modo, acreditando que existem fontes que podem ajudar entender melhor esta problemática, escolhemos investigar três editoras especializadas na temática da afrodescendência, a saber: Mazza Edições; Pallas e Ogum’s. A abordagem foi qualitativa do tipo exploratório-descritivo, tratando-se de um estudo de caso, considerando que estamos estudando a mesma variável nas três instituições escolhidas. Como instrumentos para acessar as informações, entrevistas e levantamento caracterizando os catálogos das editoras. Os resultados parciais demonstram que as editoras participantes da pesquisa, estão produzindo respostas criativas e objetivas em relação ao apagamento de personagens afrodescendentes na literatura infantil e mais do que isso, viabilizando novos olhares e provocando outras perspectivas sobre as meninas/mulheres descendentes de africanas/os através das obras publicadas.