Este trabalho apresenta como tema a construção identitária profissional docente no curso de Licenciatura em Educação do Campo (LEDOC), e traz como problema de pesquisa saber: Como acontece a construção identitária profissional dos docentes atuantes na Licenciatura em Educação do Campo? Essa questão trouxe como objetivo geral: Investigar a construção identitária profissional do docente que atua na Licenciatura em Educação do Campo, no contexto do semiárido piauiense. Como objetivos específicos: Analisar os processos formadores na construção identitária profissional do docente que atua na LEDOC; Caracterizar a trajetória profissional do docente que atua na LEDOC; Identificar as possibilidades e os desafios na construção identitária profissional docente do campo. Esses objetivos emergiram dos seguintes questionamentos: Que trajetórias são percorridas pelos docentes do curso de LEDOC na construção de sua identidade? Quem são os docentes atuantes na LEDOC? Como estão se constituindo docentes do Curso? Quais as possibilidades e os desafios enfrentados na construção identitária profissional docente? Estas indagações surgiram a partir do reconhecimento de elementos que justificam este estudo: a importância do registro das experiências e identidades dos sujeitos do campo; a incipiência das pesquisas, em virtude do processo de silenciamento da educação do campo nas pesquisas sociais e da negação dos direitos dos povos camponeses; outro olhar sobre o campo, não mais como espaço de atraso, mas como lugar de saberes e diversidades. A partir do reconhecimento desses elementos, foi definido a seguinte tese: Os processos formadores da prática educativa, saberes, vivências e experiências, desenvolvidos no espaço da educação do campo, se constituem elementos para a construção identitária profissional docente. Para tanto, foi necessária uma revisão de literatura sobre a Educação do Campo e a construção identitária que fundamentasse as discussões. Apoia-se em alguns teóricos e em documentos oficiais que discutem essas temáticas: Bauman (2005); Brasil (2007; 2015); Caldart (2009); Dubar (2009); Hall (2014); Kaufmann (2004); Leite (2002); Silva (2014) e outros. Este estudo trata-se de uma pesquisa narrativa, com abordagem qualitativa, que conta como recurso de produção de dados o desenvolvimento da escrituração de um memorial de formação e a realização de entrevistas semiestruturadas, orientadas por um roteiro. Para estruturação do enfoque teórico-metodológico, dentre os autores utilizados, destaca: Guedes-Pinto, Silva e Gomes (2008); Poirier, Clapier-Valladon e Raybaut (1999). Os dados produzidos encontram-se organizados com base em categorias e subcategorias que surgiram da empiria, fundamentados pelo quadro teórico. Esta pesquisa se apresenta como referência para permanentes discussões em torno da construção identitária na Educação do Campo. Foi constatado que as experiências adquiridas no Curso, através da mobilização de saberes camponeses e da realização do Tempo Comunidade contribuem para a construção identitária profissional docente.