A Educação do Campo configura-se como um novo paradigma educacional no Brasil que tem sua origem nas lutas sociais pelo direito a educação de qualidade para os povos do campo, empreendida a partir da década de 1990. Constitui-se na reivindicação de direitos e de políticas públicas emancipatórias para os/as camponeses/as em situação de exclusão econômica e social. No Piauí, a Ecoescola Thomas A Kempis, localizada na zona rural do município de Pedro II, desenvolve práticas educativas, na perspectiva da Educação do Campo, voltadas à reflexão crítica da realidade social, política, econômica e cultural do semiárido. Desse modo, este trabalho investigação está sendo desenvolvido a partir da seguinte problemática: “como a prática educativa desenvolvida pela Ecoescola pode contribuir na formação crítica e no processo de emancipação política dos educandos/as?” Considerando a problemática apontada para o estudo, definiu-se como objetivo geral: Analisar se as práticas educativas desenvolvidas na Ecoescola possibilitam a formação crítica e a emancipação dos/as educandos/as. E como objetivos específicos: Investigar como os princípios da educação do campo são incorporados nas práticas educativas da Ecoescola; Compreender se os pressupostos teórico-metodológicas utilizados no desenvolvimento da prática educativa favorecem a articulação teoria/prática numa perspectiva interdisciplinar; Identificar as atividades educativas desenvolvidas na perspectiva da inserção crítica dos/das educandos/as na comunidade e Discutir os desafios vivenciados pela Ecoescola na construção de práticas educativas associadas aos princípios da Educação do Campo no Semiárido. As reflexões desenvolvidas neste estudo fundamentam-se nos estudos de Arroyo (2014), Caldart e Molina (2004), Fernandes (2009), Frigotto (2012), Freire (1987, 1996); Lima (2011), Marinho (2006) dentre outros/as. Trata-se de uma pesquisa qualitativa de caráter descritivo, na qual serão utilizadas como instrumento para a construção dos dados: a observação sistemática, a pesquisa documental e a entrevista semiestruturada. Para a sistematização e análise dos dados, utilizar-se-á a categorização da análise de conteúdo fundamentada em Bardin (1977).