O movimento pela inclusão de alunos do público alvo da educação especial (PAEE) revela-se desafiador sob muitos aspectos, particularmente no que diz respeito à implementação de políticas públicas voltadas para o acesso e permanência desse segmento na escola. Observa-se a existência de documentos legais, mas sua concretização ainda não ocorre de forma plena. No caso dos surdos, verifica-se que muitos foram os avanços alcançados como, por exemplo, a Lei 10.436/2002 que reconhece a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como meio de comunicação e expressão. Não obstante essa consideração, os surdos ainda enfrentam muitos problemas no processo de escolarização. Uma das alternativas encontradas para minimizar essa problemática é a inserção do tradutor e intérprete no contexto educacional. Nesse sentido, o objetivo geral desta pesquisa foi investigar, na perspectiva do Tradutor e Intérprete de Libras/Língua Portuguesa (TIL/LP), a implementação da política de inclusão escolar para o aluno surdo. O estudo é de natureza qualitativa, do tipo descritivo, tendo como principal instrumento o Questionário de Avaliação da política de inclusão escolar: tradutor e intérprete de Libras/Língua Portuguesa (TURETTA; LACERDA; MENDES, 2016) e a entrevista semiestruturada. Os participantes desta pesquisa foram dez Tradutores e Intérpretes de Libras que atuam com alunos surdos do ensino fundamental anos finais e ensino médio em quatro escolas da rede estadual de educação do município de Teresina-PI. Os resultados foram analisados a partir das informações presentes no questionário e a análise de conteúdo (BARDIN, 2011). Entre os resultados encontrados foi possível identificar que entre as dificuldades que os TIL/LP enfrentam no cotidiano, destacam-se a sobrecarga de trabalho, a ausência de revezamento, a falta de colaboração com o professor da classe comum. Outro aspecto ressaltado refere-se ao fato de que na perspectiva dos intérpretes o acesso dos surdos à instituição escolar é facilitado, porém a permanência vem sendo inviabilizada por distintos fatores. As possibilidades de uma inclusão mais eficaz para o surdo no contexto educacional, são possíveis, desde que se promovam práticas inclusivas assertivas, buscando diminuir as dificuldades e visando aumentar as condições favorecedoras da sua permanência.