RESUMO
No Brasil, a população afrodescendente historicamente luta de várias maneiras contra os racismos e discriminações. A atuação de grupos organizados serve como estratégia comum. Neste sentido, partiu-se do seguinte questionamento: quais as contribuições do GruCAA na vida de seus integrantes através das várias atividades desenvolvidas? Assim, o objetivo geral deste trabalho estava voltado à compreender as atividades desenvolvidas pelo Grupo de Cultura Afro Afoxá (GruCAA), sediado no Bairro Angelim I, zona sul de Teresina, Piauí. Caracterizar as contribuições na vida de seus integrantes a partir das vivências em atividades como a dança, estética, culinária, percussão, e as artes visuais no período entre 2005 e 2018, foi isto que fez parte deste estudo. A partir de autores como Francis Boakari (2010), Carlos Brandão (2007), Nilma Gomes (2012) e Francilene Silva (2011), foi possível compreender não só as relações de opressões ainda vivenciadas pela comunidade afrodescendente no Brasil, mas também, questões de educação popular, relações dos movimentos de combate ao racismo, políticas inclusivas das temáticas afrodescendentes nos fazeres educativos escolares e outros temas semelhantes. Utilizou-se uma abordagem qualitativa para acessar as informações por meio de entrevistas semiestruturadas e dialogadas com 06 (seis) integrantes ou ex-integrantes do Grupo. Com apoio de Laurence Bardin (2011), Roque Morais (1999) e outras/os pesquisadoras/es assim, os dados produzidos foram organizados, analisados, interpretados e discutidos para levar às (in)conclusões apontando para as atividades do GruCAA como práticas educativas, considerando-as como táticas para a preservação de memórias, histórias, atitudes e principalmente conexões, contextualizando o passado, possibilitando o futuro, com características reais de continuidade possível a partir da valorização destas práticas afro-ancestrais.