Esta pesquisa, intitulada “História da Profissão Docente no Piauí: notícias, mensagens e discursos (1910-1946)”, tem como objetivo geral investigar a profissão docente, especialmente as imagens sociais e condições de trabalho no Piauí por meio de notícias, discursos e mensagens no período de 1910 a 1946. O recorte temporal se justifica pela oficialização da Escola Normal no Piauí em 1910 e pela lei orgânica do ensino primário de 1946 por considerar a relevância desses fatos históricos para a história da educação e profissão docente. Para a realização desta investigação, foram utilizados referenciais teóricos e metodológicos pautados na vertente teórica da Nova História Cultural. Como autores dialogamos com: Chartier (1990), Le Goff (2003), Vicentini e Lugli (2009), Nóvoa (1986, 2002), Tanuri (2000), Villela (2000), Sousa (2015), Lopes (2008), Fischer (2005), Brito (1996), Castelo Branco (2005), Queiroz (2011), Cardoso (2010, 2003), Barros (2004, 2019), Luca (2015), Pinheiro (2017) entre outros. Para a realização do estudo, utilizaram-se fontes hemerográficas (notícias e discursos jornalísticos) e mensagens governamentais, encontrados nos seguintes jornais: “Correio de Oeiras”, “Semana”, “Diario do Piahuy”, “Litericultura”, “Alto Longá”, “O Nordeste”, “O Piauhy”, “A Luz”, “Diario Oficial”, “O momento”, “Monitor Comercial”, “O Fanal”, “A Escola”, “Vanguarda” e “Gente Nova” dispostos no Acervo virtual do jornalismo piauiense e no Arquivo Público do Piauí — Casa Anísio Brito. De acordo com os periódicos e mensagens governamentais analisados, as imagens sociais que se constituiu dos professores veiculadas na imprensa era de um profissional devoto e missionário, mestres abnegados, obreiro e artífice da educação como também mantedor da ordem e do patriotismo. Quanto as condições efetivas de trabalho o valor simbólico se demonstrava incoerente com as condições materiais que os docentes estavam inseridos.