A trajetória do Ensino Religioso no Brasil se mescla ao nascimento do Brasil Colônia sendo a história da educação a história também da religião tornando impossível essa desvinculação, somente três séculos depois, no período republicano, tem-se o início de um processo de mudança com a separação entre igreja e estado e a promulgação da primeira constituição do novo regime prevê um ensino leigo e mantido pelo poder público, advindo muitas mudanças que foram introduzidas e a mais significativa delas veio com a Constituição de 1988 que indicou como a educação devia pensar preferencialmente no cidadão e no seu desenvolvimento enquanto ser humano, respeitando as ideias plurais e as concepções pedagógicas o que foi sendo solidificado através da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) e das novas legislações pertinentes. Sendo assim, no novo cenário e diante do status adquirido pelo Ensino Religioso como uma das áreas do conhecimento, não cabe mais a catequese nem a transmissão de dogmas religiosos, antes, exige um professor preparado, com formação especifica, que preencha requisitos fundamentados no conhecimento cientifico, e que respeite a diversidade religiosa em todas as suas dimensões, o que levou ao questionamento: Na construção da profissionalização docente, quais as implicações das concepções religiosas do professor do Ensino Religioso na prática pedagógica da Educação Básica? A pesquisa está ligada ao Programa de Pós-Graduação em Educação - PPGEd, na Linha de Pesquisa: 1 – Formação de Professores e Práticas da Docência, Campus Teresina da Universidade Federal do Piauí e apresenta como objetivo geral: analisar na construção da profissionalização docente e as implicações das concepções religiosas assumidas pelo professor da educação básica na prática pedagógica do ensino religioso. As Categorias Teóricas utilizadas nessa pesquisa são: Saberes Docentes, Profissionalização, Identidade Docente, Prática Pedagógica, Formação Docente, e Professor do Ensino Religioso. E para embasamento teórico foi utilizado o seguinte referencial teórico que se compõe de Ricouer (1994), FONAPER (1997), Contreras (2002), (2004), Ramalho, Nuñez e Gauthier (2004), Formosinho (2009), Nóvoa (2010), PCERs (Parâmetros Curriculares do Ensino Religioso), Junqueira e Wagner (2011), Clandinin e Connely (2015), Warschauer (2017), BNCC (2018). A pesquisa em questão é de natureza social, de abordagem qualitativa, tipo narrativa, utilizando o método autobiográfico. Os professores, em número de 06 (seis) do ensino religioso, da rede pública municipal de Teresina (SEMEC). Os dados foram produzidos através de memorial de formação e 04 (quatro) roda de conversas, que em face da Pandemia, 03 (três) aconteceram online através do Google Meet, e 01 (uma) presencial. A análise dos dados foi realizada através da análise de conteúdos, seguindo-se a abordagem qualitativa que é proveitosa na compreensão dos aspectos subjetivosenvolvidos. Os resultados na levantados na pesquisa responderam quais as implicações das concepções religiosas do professor de Ensino Religioso na sua prática pedagógica do professor da educação básica, mostrando que uma das mais sérias implicações são os equívocos praticados no exercício da docência e que já caminham num percurso histórico desde a construção do cenário educacional brasileiro, mas que através do preparo com formações específicas e aquisição de conhecimentos relevantes na área do ensino religioso o professor pode contribuir para uma educação religiosa livre de proselitismos.