A presente dissertação integra o Núcleo de Estudos e Pesquisas “Educação, Gênero e Cidadania” - NEPEGECI e o Observatório de Juventudes e Violências na Escola - OBJUVE, espaços de estudos e pesquisas desenvolvidas pela linha 03 Educação, Diversidades/diferença e inclusão, do Programa de Pós-Graduação em Educação, da Universidade Federal do Piauí - UFPI. A pesquisa encarnada surge a partir das experiências enquanto jovem estudante com o universo dos fanzines inicialmente os impressos e no processo deste mestrado com os e-zines (fanzines virtuais) criados por jovens durante a pandemia de COVID-19 e compartilhados em meios digitais. Naquele momento, o mundo vivenciou de modo intenso todas as turbulências, mortes, luto, adoecimentos, inseguranças, medo, isolamento social, dentre outras transformações e consequências ocasionados pela pandemia de COVID-19, em decorrência do vírus Sars-cov-2. Na educação, o ensino remoto foi incorporado às práticas educativas, com aulas virtuais por meio de plataformas como google meet e zoom, o distanciamento foi uma exigência de enfrentamento ao coronavírus, impossibilitando os encontros presenciais. Assim, uma das maiores relevância deste estudo sobre fanzines na educação foi registrar as expressões de jovens no período da pandemia, um modo de ver de ouvir, de longe e de perto, o que jovens produziram de e-zines durante o período entre 2020 e 2021 sobre si e o mundo. Dessa forma, a dissertação tem por objetivo geral: Analisar saberes, emoções e sentimentos expressos em e-zines (fanzines/zines virtuais) produzidos e/ou que tiveram a participação de jovens na Educação e foram compartilhados no meio digital no período da pandemia de COVID-19 entre 2020 e 2021. E como específicos: Investigar as temáticas de e-zines produzidos e/ou que tiveram a participação de jovens na Educação e que foram compartilhados nos meios digitais no período da pandemia de COVID-19 entre 2020-2021; Identificar saberes, emoções e sentimentos mobilizados pelas temáticas de e-zines produzidos e/ou que tiveram a participação de jovens na Educação e que foram compartilhados nos meios digitais no período da pandemia de COVID-19 entre 2020-2021. O fanzine, é uma publicação alternativa e amadora, geralmente de pequena tiragem e impressa artesanalmente, desde a década de 90 os fanzines passaram a habitar os meios digitais, criando novas criações, passando a serem chamados de e-zines, que são zines virtuais onde a internet possibilitou alcance maior de sua divulgação, desde os sites até as redes sociais como o Facebook e instagram. Plataformas de edições deram suporte e modernizações na criação dos e-zines, tornando-se aliados nas estratégias de publicação de jovens fanzineiros. Alguns autores que dão aporte teórico são Adad (2011), Freire (2021), Morin (2021), Magalhães (1993, 2013, 2016, 2018), Guimarães (2005), Pinto (2020), Sno (2022) e Kozinets (2014). A pesquisa baseia-se na abordagem da netnografia, tipo de pesquisa etnográfica adaptada às eventualidades especiais dos diversos tipos de interação social mediada por computador, a partir disso, um caminho etnográfico foi trilhado de modo virtual no qual foram analisados e-zines da fanzinoteca (biblioteca de fanzines) do Instituto Federal de Macaé, Rio de Janeiro, publicados em suas mídias sociais, como no instagram e no site do Instituto disponibilizados para livre acesso. Como resultados, a pesquisa aponta para os processos de criação juvenil presentes na autoralidade e/ou participação na criação de e-zines expressando seus saberes que foram resgatados como a importância das histórias orais, dos protocolos e instruções relacionados à pandemia e durante esse período, ao uso de ferramentas virtuais para criação de e-zines, emoções e sentimentos como por exemplo, produzir conteúdo com informações para o público sobre auxílio emergencial, cuidados de prevenção contra o coronavírus vivenciados daquele momento.