Ensino de Filosofia da Educação como arte da superficie
Filosofia da Educação. Ensino. Acontecimento. Modos de Subjetivação.
A presente tese tem como objetivo analisar o ensino de Filosofia da Educação no Curso de Pedagogia da UFPI, de Teresina-PI. Tendo em vista discutir se os professores ministrantes da referida disciplina criam modos de subjetivação para experienciar seu ensino como arte da superfície. O tema analisado e o problema discutido têm como ponto de partida questões suscitadas sobre o referido ensino em nível nacional, referente ao predomínio de posturas hierarquizadas entre a filosofia e a educação por parte dos profissionais da área filosófico-educacional. No intuito de contribuir para posteriores discussões de tais questões como também, para buscar novos sentidos para o ensino de Filosofia da Educação nos amparamos em referenciais teóricos da referida área como Pagni (2010; 2011; 2012), Tomazetti (2003), Gallo (2007; 2008), Kohan (2000; 2008), dentre outros. Também buscamos outros aportes teóricos que nos oferecem condições para aprofundarmos nosso estudo, tais como Deleuze (2010; 2010b; 2011), Foucault (2011; 2012). A partir das três imagens de filósofos de Deleuze (2011), problematizamos o predomínio entre as posturas filosófica e pedagógica no âmbito da Filosofia da Educação, apontando para uma outra maneira de pensar o ensino nessa disciplina, que não estivesse pautado em imagens das alturas ou das profundezas, mas que ao partir dos exercícios ascéticos de Foucault possibilitasse habitar a superfície como acontecimento. Com Foucault (2012) e Deleuze (2010b), utilizamos o método cartográfico na análise das narrativas docentes, a partir da noção de bons encontros no intuito de buscar modos de subjetivação no ensino de Filosofia da Educação. Através da criação dos modos de subjetivação podemos experimentar outro modo de ser e viver, e resistir a modelos de formação já instituídos. Ao buscarmos nas técnicas de si essa transformação através de uma inflexão sobre nós mesmos, nos possibilitamos experienciar novos modos de existência.