O objetivo desta dissertação é apresentar as contribuições do ceticismo metodológico na construção da reflexão filosófica no Ensino Médio, a partir de uma prática de intervenção na sala de aula, centralizando a problematicidade do ensino da disciplina de Filosofia no Ensino Médio. Nesse contexto, enfatizando a importância do aluno, com o itinerário do professor-problematizador, ou seja, a conduta de provocar, de instigar, de concatenar os conceitos da Filosofia em diversos desdobramentos conceituais, a partir de suas problematizações e a estruturação argumentativa. Mas, para que isso suceda será indispensável que o docente se confronte com a filosofia e o seu ensino como um problema filosófico. Através de uma leitura propedêutica do trabalho do filósofo moderno René Descartes, Meditações Metafísicas (2005), interessa-nos acima de tudo a Primeira Meditação, que ponderaremos nesse trabalho, o aspecto enfático dos argumentos e dúvidas céticas situadas por Descartes e, nesse sentido interpretar significativamente como o filósofo coloca em questão, a problematização. Além disso, a conexão com outros autores contemporâneos (CERLETTI, GALLO, SEVERINO SMITH, RODRIGO e demais). O ponto de partida foi à concepção de que educar significa formar uma subjetividade, no sentido para apoiar as problematizações, uma vez que estamos envolvidos em diversos processos sociais e econômicos que instauram o modo de pensar e sentir em nossa sociedade, portanto, busca-se compreender o significado do conceito de conhecimento, em uma natureza epistemológica. Propusemos a especificidade do problema como uma proposta metodológica e epistemológica aos alunos de filosofia do Ensino Médio, destacando que, o ceticismo metodológico é um procedimento metodológico, tendo em vista, não aceitar nada sem que antes passe pelo crivo da razão, e é nessa linha que a identificação e a sensibilização ao interrogar ou a problematizar conduzem, de modo geral, mas muito significativa, à temática de especificidade da problematicidade filosófica e a busca pela justificação de sua atividade no contexto do mundo contemporâneo que os alunos fazem parte. Desta forma, esta dissertação é uma intervenção metodológica e epistemológica sobre as possibilidades, dentro da construção da reflexão filosófica com a necessidade de interrogar, de problematizar, de questionar ou de inquirir sendo uma ferramenta indispensável para se verificar o conhecimento e colocá-lo sob o crivo da razão. Para tanto, encaramos essa prática na sala de aula e concebemos o aluno como um sujeito ativo e participativo. Esta pesquisa não visa insistir em modelos de ensino, mas trazer um exemplo para inspirar caminhos para pensar em filosofia do ensino de Filosofia.