Este estudo analisa a possibilidade do cinema no ensino de filosofia como força capaz de afetar o discente na criação de seus próprios conceitos por meio de imagens cinematográficas. Fundamenta-se nas ideias deleuzianas de Cinema como potência de afetação e Filosofia como potência de criação de conceitos. Utiliza o método cartográfico como alternativa de abordagem do conteúdo de filosofia em sala de aula, considerando-se o caráter não diretivo do método na condução das atividades e sua ideia de produção coletiva de dados. Trata-se de uma proposta de intervenção filosófica que sugere a reversão de aulas focadas na transmissão de conteúdos para aulas organizadas em termos de “oficinas de produção de conceitos”, espaços interativos nos quais professores e discentes experimentam uma construção coletiva de saberes a partir de imagens cinematográficas associadas ao conteúdo da disciplina. Além das ideias fundamentais de Deleuze (1983, 1988, 1992, 2005), também fundamentam o presente trabalho de forma complementar teóricos como Foucault (1979), Rodrigo (2009), Gallo (2012) e Gelamo (2009). A prática da pesquisa foi realizada na Unidade Escolar Nossa Senhora da Paz, na cidade de Teresina-PI, com participação livre de docentes da disciplina de filosofia e discentes do Ensino Médio. Foi organizada em seis “oficinas de produção de conceitos”, realizadas em dezesseis encontros ao longo das aulas de filosofia para que pudesse alcançar todas as atividades propostas. O resultado deste estudo revela a possibilidade do uso do cinema no ensino de filosofia como prática viável, em se compreendendo a filosofia como criação de conceitos; o cinema uma forma de pensamento que cria imagens e com elas se tematizam questões problematizadas em sala de aula; discentes e professores tornando a sala de aula um espaço de produção coletiva de aprendizados, participando das atividades como equipe de produção de dados das questões problematizadas.