A presente dissertação, desenvolvida no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal do Piauí (UFPI), analisa o ensino de Filosofia sob a perspectiva deleuziana enquanto possibilidade interventiva para o Ensino Médio, uma vez que ao pensar as linhas e o percurso histórico do ensino de filosofia no Brasil, nesse âmbito, é possível perceber inúmeros paradoxos e tensões curriculares, que não favorecem o ensino desta disciplina como força capaz de afetar o discente na criação de seus próprios conceitos, impedindo, assim, que essa atividade venha a se tornar um exercício verdadeiramente filosófico. Frente a isso, o presente estudo tem como objetivo geral problematizar a prática docente dos professores de filosofia de duas escolas de Ensino Médio da rede pública estadual, localizadas no município de Castelo do Piauí-PI, tomando por base a dinâmica de trabalho com a disciplina de filosofia em sala de aula. Trata-se de uma proposta de intervenção filosófica que sugere a ressignificação das aulas focadas na mera transmissão de conteúdos, apresentando a concepção Deleuziana como uma possibilidade que, buscando associar os conteúdos do Ensino Médio com os saberes filosóficos dentro de uma perspectiva ontológica, pode vir a contribuir para a construção de novos conceitos na escola e na comunidade. A presente pesquisa utiliza-se do percurso metodológico cartográfico como alternativa de abordagem e intervenção; por tratar-se de um procedimento que acompanha processos ocorridos num determinado território existencial em que a realidade é tomada sob a perspectiva da multiplicidade, é aberto, flexível e coerente com a perspectiva filosófica adotada nesta dissertação. A partir dessa constatação, buscam-se fundamentos teóricos, à luz dos filósofos franceses Gilles Deleuze e Félix Guattari, bem como em alguns de seus principais comentadores, tais como Cerletti (2009), Gallo (2012) e Kohan (2000), dentre outros.