Pretendemos com esta dissertação apresentar uma proposta metodológica aos professores de filosofia da rede estadual de educação da cidade de Gilbués-PI, que articule os conceitos estruturadores da temática política/cidadania com o exercício do poder político dos educandos como cidadãos. O desenvolvimento dessa proposta parte da seguinte problemática: que tipo de metodologia prática pode contribuir para a formação de um sujeito livre e consciente do seu dever cívico numa aula de filosofia? Nesse sentido, partindo do princípio de que o conceito de democracia deliberativa é compreendido como um modelo ou processo de deliberação no qual, necessariamente, acontece o debate público, apresentamos o procedimento da razão pública rawsiano como uma possível ferramenta de ensino para uma prática metodológica que objetiva ampliar as discussões sobre a formação de um cidadão crítico e consciente. A partir desse ponto, é necessário que se compreenda o procedimento da filosofia política de John Rawls como espaço em que se discutem questões fundamentais, que sempre visam ao bem comum. A fundamentação teórica deste trabalho baseia-se na teoria política de John Rawls. Entretanto, levando em consideração que o ensino de filosofia, impreterivelmente, precisa ser amparado por aspectos legais, fez-se necessária uma análise documental, a qual permitiu conceber uma ideia concreta, sem preconceito, sobre o status da filosofia como disciplina no sistema educacional nacional em diferentes períodos da história. Essa análise permitiu que algumas questões sobre a filosofia como disciplina e a educação cidadã como proposta temática integrassem-se ao processo de discussão, sem ideias preconcebidas. Verdade seja dita, não é de hoje que a filosofia encontra resistência para firmar-se como disciplina, assim como a educação para a cidadania, muitas vezes, é vista com desconfiança pelos docentes da área. Por isso, esperamos que o conjunto de referências empregado para o desenvolvimento teórico desta dissertação cumpra dois propósitos específicos: quebre preconceitos e enriqueça o debate sobre práticas metodológicas para o ensino de filosofia.