Esta pesquisa visa identificar o uso e a contribuição do método socrático como abordagem mediadora no ensino de filosofia nas escolas do Ensino Médio do município de Teresina-PI, com vista a responder como o método socrático, a partir de exercícios dialéticos, pode facilitar o ensino da filosofia no Ensino Médio. Desta forma, objetiva-se discutir a aplicação do método socrático como viés metodológico, independente da abordagem filosófica, no ensino de filosofia nas Escolas de Ensino Médio. Tendo como hipótese, a tese de que o uso do método socrático (dialética socrática como racionalização na solução dos problemas) pode ou deve melhorar a mediação da prática de ensino da filosofia na sala de aula. Essa pesquisa está seguindo os seguintes passos: 1) Análise da obra Apologia de Sócrates de Platão e outros diálogos socráticos e aporéticos, identificando a estrutura da utilização do método; 2) Discussão sobre o ensino de filosofia no Ensino Médio na ótica de autores contemporâneos, como Alejandro Cerletti (2003 e 2009), Silvio Gallo (2000, 2003 e 2012) e Walter Omar Kohan (2000, 2003, 2005, 2008, 2009, 2011, 2012 e 2013), que de certa forma realizam o exercício dialético de Sócrates em suas abordagens filosóficas; 3) Comparação dos relatos dos professores, a partir da questionários a serem realizados, acerca do uso do método socrático em sala de aula com as discussões do teóricos contemporâneos; 4) Proposição de um roteiro pedagógico que oriente o exercício dialético na sala de aula, com a realização de Seminários Socráticos, como auxiliar às práticas de ensino dos professores de filosofia. A partir da análise da obra Apologia de Sócrates e do contexto histórico dos fatos relacionados à defesa de Sócrates diante das acusações dos seus compatriotas atenienses constatou-se uma argumentação desvinculadas de doutrinas específicas, mas com uma preocupação recorrente de racionalização dos acontecimentos e de tornar coerente as leis da pólis, bem como uma preocupação intencional com formação das pessoas de sua época, mesmo que isso signifique ir contra os poderes constituídos e as tradições. Por isso, a pesquisa tenta explicitar como os exercícios dialéticos (nos diálogos socráticos e aporéticos) realizados por Sócrates na sua jornada de contrapor o dito do oráculo, a partir da sua afirmativa “só sei nada sei”, abre horizonte para novas possibilidades de conhecimento. E como esse exercício na sala de aula pode auxiliar o professor no ensino da filosofia.