Esta pesquisa intitulada: “O espaço filosófico como ferramenta de resistência étnico- racial dos corpos negros” tem como tema estudo do ensino de filosofia sobre um recorte étnico- racial, na instituição de ensino Prof.ª Eliza Sousa, situada na cidade de União, no Estado do Piauí. Esse estudo apresentar propostas de intervenção, no ensino escolar de filosofia, capazes de problematizar as questões étnico-raciais, permitindo a difusão de discursos antirracistas e a ressignificação/resistência de corpos negros assim como também insere nos debates da disciplina de filosofia autores e conceitos que contextualizem reflexões sob a perspectiva étnico-racial e a educação antirracista; analisa também os dispositivos de saber-poder racial implícitos ou explícitos da disciplina de filosofia da escola Professora Eliza Sousa tal como trabalha os conceitos-chave de poder disciplinar, biopolítica e governamentalidade, oriundos da filosofia de Michel Foucault, com foco nas relações étnico-raciais nas instituições escolares. Desse modo, o problema de pesquisa é pensar, a partir do ensino filosófico, formas representativas de resistência aos mecanismos biopolíticos que excluem as relações étnico-raciais da construção de narrativas educativas. O estudo afirma que: a inserção de leituras representativas acerca do pensamento étnico-racial no ensino escolar de filosofia, em uma sociedade como a nossa, instrumentalizada pelo pensamento eurocêntrico, pode contribuir profundamente para a construção de um pensamento crítico sobre o racismo. Nesse contexto, a pesquisa se desenvolve a partir do estudo de alguns aportes das teorizações de Michel Foucault (2010) sobre os mecanismos biopolíticos de saber-poder que são exercidos sobre a vida como formas de governo, estudados pelo autor em sua trajetória literária no Collége de France. De igual modo, analisa-se as contribuições de Achille Mbembe (2018) do pensamento crítico pós-colonial, que narra formas de pensar o racismo no contexto social atual. Nessas discussões, procura-se associar também as ideias de Fanon (2008), Almeida (2020), Noguera (2014), Munanga (2016); bem como de outros pensadores que estudam formas de resistência às práticas racistas, dentro da perspectiva de um ensino de filosofia que contemple a pluralidade étnica e cultural de povos africanos e afro-brasileiros.