Às diferenças sexuais e de gêneros são visivelmente dilaceradas por fundamentos filosóficos e práticas pedagógicas pautadas em documentos e discussões heteranormativas. Desta forma, essas diferenças são desqualificadas como algo pecaminoso, desviantes ou anormais, e se tratando do ambiente e prática escolar as diferenças são regidas a partir das “leis” heterossexuais. Temos, portanto, como instrumento de verificação as Lei Nº 9.394 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB (1996) e também os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs (1998), ambos apontam uma legitimação da exclusão de novos corpos em ambiente escolar. Devido essa constatação buscamos fundamentos epistemológicos a partir de pensamento de Judith Butler (2015) onde o “sujeito-aluno” de sexo e gênero na escola é entendido como homem e mulher, e que consistirá, então, em uma substância permanente, que no pensamento butleriano passa ser considerado uma ilusão, e que causa sofrimento àqueles que tentam se enquadrar nos padrões de gênero, sexo e, consequentemente, de educação. Contudo, recorrendo aos conceitos butlerianos que os corpos que não estão enquadrados nas prerrogativas dos documentos serão considerados como abjeto e por meio destas serão empenhadas práticas cruéis sobre estes corpos. Por último, com finalidade metodológica, apresentaremos Rorty (2007) que nos situará que às tentativas de intervenção dos documentos que regem a educação brasileira, por consequência, a prática pedagógica são apenas formas de espremer sentimentos para transformá-las em regra, como também, na perspectiva rortyana, buscamos reformular o vocabulários moral do “nós” ao qual estamos aliados é produto do sentimento, não da razão; do afeto, e do efeito. Ainda, será apresentada a solidariedade humana não tem fundamentos para de cada ser humano, de algum modo, merecedor de respeito como ser humano. Ao contrário, a “humanidade” torna-se uma noção de tendência flexível e sentimental, dependente do quanto podemos estender nosso sentido do “nós”, mesmo se presumirmos similaridade entre “nossas” práticas e aquelas de outras culturas, que até aqui presumimos que são diferentes.