A presente pesquisa visa compreender a razão de ser do pouco interesse dos estudantes pela disciplina de filosofia no ensino médio. Para tanto, considera-se que o ato de ensinar filosofia é perpassado pelos fatores intrínsecos- que são aqueles próprios do processo de ensino e aprendizagem, como a figura do professor, do estudante, o conteúdo a ser ensinado, a metodologia e os recursos de ensino- como também pelos fatores extrínsecos de ordem econômica, política, social e cultural que, em larga medida, podem condicionar o ensino do professor em sala de aula. Pelo estudo previamente realizado, identificou-se que há diversas pesquisas sobre o ensino de filosofia, mas que priorizam os fatores intrínsecos e secundarizam os fatores extrínsecos do processo educativo. Assim, explica-se de forma unilateral que o pouco interesse dos estudantes pela disciplina de filosofia é, sobretudo, uma questão de caráter intrínseco e que pode ser minimizada pelo domínio de conteúdo e a didática do professor. Na contramão, a pesquisa pretende demonstrar que, para compreender o pouco interesse dos estudantes, é preciso articular dialeticamente os fatores supracitados a fim de uma melhor intervenção no problema investigado. Nessa direção, fundamenta-se no pensamento do filósofo húngaro István Mészáros e no método materialista histórico dialético. Espera-se contribuir para o debate acerca do ensino da disciplina, da formação do educador e do processo de apropriação do conhecimento comprometido com a luta pela superação da sociabilidade do capital.