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Banca de DEFESA: KELLY POLYANA PEREIRA DOS SANTOS

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: KELLY POLYANA PEREIRA DOS SANTOS
DATA: 23/11/2017
HORA: 14:00
LOCAL: AUDITÓRIO TROPEN
TÍTULO: Etnozoologia e Etnoecologia na Comunidade de Pescadores Artesanais de Miguel Alves, PI/Brasil
PALAVRAS-CHAVES: Etnotaxonomia. Etnoictiologia. Ecologia. Conhecimento Tradicional. Atividade Pesqueira.
PÁGINAS: 199
GRANDE ÁREA: Outra
ÁREA: Ciências Ambientais
RESUMO:

Nas comunidades tradicionais de pescadores artesanais evidencia-se uma importância cultural de sobrevivência através do uso dos recursos pesqueiros. Assim, investigou-se o conhecimento Etnozoológico e Etnoecológico dos pescadores artesanais da comunidade de Miguel Alves/PI, filiados à Colônia Z- 14, visando conhecer e registrar diversidade dos recursos animais (peixes), além de analisar a diversidade sociocultural da comunidade, as estratégias de pesca e a percepção ambiental acerca dos recursos hídricos da região. O município de Miguel Alves abriga a sede da colônia Z-14, epossui 440 associados, destes, apenas 366 pertencem ao município. A metodologia definiu-se em entrevistas semiestrururadas, observação direta, registro fotográfico, conversas informais registradas em diário de campo e tabulação e análise quantitativa dos dados. Realizaram-se coleta e identificação do material zoológico.  Entrevistou-se 183 pescadores, (59,6%) do gênero masculino e (40,4%) do feminino. Há uma participação das mulheres na pesca que pode ser direta (pescando com os maridos) ou indireta (concertando pescado ou fabricando artefatos de pesca). 59,49% dos pescadores possuem apenas o ensino fundamental incompleto, 49,36% produzem artesanalmente artigos para consumo próprio ou venda difundido entre as seguintes categorias: artefatos de pesca, fabricação de canoas, produção de remédios caseiros e bordado. Os pescadores apontaram diversos problemas que afetam o rio Parnaíba: desmatamento nas margens do rio, soterramento de lagoas, assoreamento, poluição com produtos químicos e irrigação. Na comunidade, constatou-se que há um programa de educação ambiental voltada para a valorização e respeito aos recursos naturais, essa programação é desenvolvida pela prefeitura municipal em conjunto com a colônia de pescadores Z-14 e o IBAMA. Quanto ao conhecimento tradicional em relação aos pescados da região, foram apontadas 42 espécies, distribuídas em seis ordens e 20 famílias. Os apetrechos mais utilizados foram: engancho/rede, seguido de anzol e tarrafa. O teste de Shannon-Wiener demonstrou que a diversidade de citações entre gêneros alcançou valores semelhantes entre homens e mulheres. Por meio do Coeficiente de Pearson, contatou-se que embora a idade e o tempo no ofício da pesca tenham influenciado no número de peixes citados por cada classe, esta foi muito sutil tendo como base os valores numéricos trabalhados. Os peixes foram classificados em raros (18 espécies) e comuns (24 espécies). Constatou-se que a forma do corpo (63%) e a coloração (41%) foram os critérios mais utilizados na identificação dos “tipos” de peixes. Aspectos como o revestimento cutâneo, etnohabitat, tipos de dentes, tamanho e presença ou não de esporão também foram utilizados na classificação. O conhecimento popular sobre a morfologia dos peixes foi específico e minucioso, sendo utilizado no reconhecimento e nomeação das etnoespécies. Foram citados 14 diferentes itens alimentares que compõem a dieta dos peixes locais, sendo 11 encontrados naturalmente no ambiente aquático, e três adicionados no momento da captura das espécies. Os peixes foram classificados quanto ao etnohabitat em quatro categorias: “peixe de rio”; “peixe de lagoa”; “peixe que vive no fundo” e “peixe que vive no raso”. Quanto à reprodução, a diferenciação do macho e da fêmea, só ocorre no momento da retirada das vísceras. Os fenômenos comportamentais percebidos foram agrupados em seis “etnocategorias” as quais se relacionam com comportamento de fuga, predação, comportamento social, ou ainda a respostas a estímulos artificiais. A valorização do conhecimento tradicional das populações pesqueiras é essencial para a manutenção da diversidade biológica, e para possíveis planos de manejos pesqueiros.

 

 


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - EDNA MARIA FERREIRA CHAVES - IFPI
Externo ao Programa - 1046342 - ELAINE APARECIDA DA SILVA
Externo à Instituição - FÁBIO JOSÉ VIEIRA - UESPI
Interno - 423289 - JOAO BATISTA LOPES
Externo à Instituição - MARIA PESSOA DA SILVA - UESPI
Externo à Instituição - REINALDO FARIAS PAIVA DE LUCENA - UFPB
Presidente - 1167785 - ROSELI FARIAS MELO DE BARROS
Notícia cadastrada em: 01/11/2017 09:03
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