Resumo do texto Arquivar a própria vida

Através de que práticas infra-ordinárias, minúsculas e freqüentemente silenciosas nós arquivamos nossas vidas? Como administramos a organização de nossos arquivos pessoais? Por que e como nós mantemos os arquivos de nossa existência? Para responder a esse conjunto de questões sobre a complexa relação entre os homens e seus documentos, serão inicialmente analisadas as funções normativas e sociais dos arquivos pessoais (qual é a natureza da injunção social para manter-se arquivos pessoais?). Em segundo lugar, a esta função normativa se opõe o sujeito moderno e aquilo que se poderia chamar de intenção autobiográfica, isto é, a prática de se manter arquivos como prática de si. Finalmente, ao analisarmos o arquivo pessoal de um jovem criminoso, Émile Nouguier, condenado à morte no final do século XIX, nós mostraremos as razões íntimas da prática de arquivar-se (discurso de legitimização e de resistência, jogo de sedução e auto-sedução, ficcionalização).

Grande é a diferença entre o turista e o viajante. O primeiro é uma criatura feliz, que parte por este mundo com a sua máquina fotográfica a tiracolo, o guia no bolso, um sucinto vocabulário entre os dentes: seu destino é caminhar pela superfície das coisas, como do mundo, com a curiosidade suficiente para passar de um ponto a outro, olhando o que lhe apontam, comprando o que lhe agrada [...]. O viajante é criatura menos feliz, de movimentos mais vagarosos, todo enredado em afetos, querendo morar em cada coisa, descer à origem de tudo, amar loucamente cada aspecto do caminho, desde as pedras mais toscas às mais sublimadas almas do passado, do presente e do futuro um futuro que ele nem conhecerá. MEIRELES, Cecília. Crônicas de viagem 2. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.

  Livro sujeitos em movimento 

Livro com os textos da aula do dia 22/03

  Caminhos da liberdade: os significados da educação dos escravizados (texto complementar da aula de hoje) 

O objetivo deste trabalho é discutir os significados da educação dE escravizados no século XIX. MUITOS estudos no âmbito da historiografia da educação sinalizam para a importância de ações diversas em torno da escolarização de libertos, ingênuos e escravizados. O trabalho procura mapear a produção acadêmica existente acerca da temática e indicar a existência de muitos caminhos e possibilidades envolvendo esse objeto de investigação. O presente trabalho analisa fontes variadas, tais como periódicos, escritas autobiográficas, filmes, na busca por uma compreensão dos caminhos construídos pelos sujeitos escravizados. A educação é compreendida como uma brecha para a conquista da mobilidade e ascensão social em tempos de escravidão. A educação foi parte do movimento de resistência dos escravizados e representou para MUITOS um caminho para a conquista da liberdade.

   Caminhos da liberdade: os significados da educação dos escravizados  (Artigo)