Linhas Pesquisa :
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› ARQUEOMETRIA |
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ARQUEOLOGIA- Exame e análise química e mineralógica de materiais arqueológicos (pinturas rupestres, cerâmicas,
paleossedimentos, depósitos de alteração, pigmentos minerais naturais e orgânicos, restos
esqueletais humanos, materiais de construções antigas, entre outros), bem como material biológico,
fósseis e iconofósseis. Também é de interesse o emprego de procedimentos
matemático-estatístico-computacionais, na interpretação dos resultados e no desenvolvimento de
novas metodologias analíticas.
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› ARQUEOLOGIA DA PAISAGEM E PALEOAMBIENTE |
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ARQUEOLOGIA- A Arqueologia beneficia-se de dados gerados pela Paleontologia, ciência correlata, uma vez que esta
fornece dados importantes sobre um ambiente do passado. Como exemplo disso pode-se lembrar que
durante o Período Quaternário o mundo sofreu mudanças climáticas (glaciações) as quais tiveram
como resultado o desenvolvimento de uma nova fauna de vertebrados, na sua maioria mamíferos,
mas também répteis e aves, de grande porte, conhecida genericamente como megafauna. Estas
espécies são indicadoras paleoambientais. O surgimento da megafauna deu-se paralelamente com a
evolução humana, e a interação entre o ser humano e estas espécies é um fenômeno com
consequências ecológicas importantes.
Em diversos estratos deste período não são encontrados restos corporais, somente os vestígios
(icnofósseis) que tais animais deixaram. O estudo destes vestígios leva a um melhor entendimento da
interação dos animais (incluindo o homem) com o seu ambiente. Uma das melhores evidências acerca
da cadeia trófica deste período está em um grupo especial de icnofósseis, os coprólitos. Nos coprólitos
são encontrados não somente os alimentos, mas também vestígios (ovos) e fragmentos de parasitas
intestinais. Marcas de ferramentas em ossos e outros tipos de marcas, como pegadas, ajudam a
reconstruir a interação do homem com o seu meio e marcam a junção da Icnologia com a Arqueologia.
A relação homem/natureza no âmbito da Arqueologia é estudada abrangendo as transformações
produzidas pelo homem na paisagem desde a pré-história, envolvendo a análise da exploração dos
recursos naturais, nichos ecológicos, elaboração de técnicas e tecnologias, incluindo ainda o estudo
das dimensões simbólicas da paisagem. A Arqueologia da Paisagem investiga os processos e formas
de aculturação do espaço ao longo da historia, enfatizando a mediação cultural na criação e
modificação dos espaços pelos grupos humanos. O conceito de paisagem implica, desta forma, em
lugar antropizado, resultado das alterações. Nessa abordagem, o ambiente é analisado, sobretudo,
sob seu aspecto humanizado, reflexo das ações intencionais dos grupos humanos.
Esta linha de pesquisa propõe, desta forma, a produção de um conhecimento holístico ao agregar as
perspectivas dos estudos sobre paleoambientes e paisagem.
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› CONSERVAÇÃO E PROTEÇÃO PATRIMONIAL |
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ARQUEOLOGIA- A teoria da conservação envolve a proteção do patrimônio arqueológico desde a concepção deste
patrimônio, os métodos e técnicas de estudo e resgate dos bens arqueológicos, ações de salvaguarda,
até sua musealização. As práticas de conservação dos vestígios arqueológicos devem estar presentes
em todas as etapas do trabalho do arqueólogo, orientando suas atividades no sentido da salvaguarda
e valorização desses vestígios.
Esta linha propõe fazer um apanhado interdisciplinar sobre a noção de conservação, partindo do
pressuposto que o patrimônio deve ser analisado tanto como produto como prática cultural.
Fundamentando-se nessa perspectiva, busca-se compreender o conceito de patrimônio arqueológico
dentro de um espectro que vai desde a cultura material de comunidades locais até o patrimônio dos
estados nacionais. Só a partir da compreensão do conceito, valoração e papel que o patrimônio
assume para determinadas identidades, locais ou nacionais, se poderá pensar em práticas de gestão
e conservação eficazes, bem como no reconhecimento e na inclusão dos saberes tradicionais.
Por sua vez, a educação patrimonial constitui-se parte intrínseca das práticas de conservação, sendo
prevista, inclusive, pela legislação que recai sobre o patrimônio cultural. Além de ser importante
instrumento de salvaguarda, as ações educativas permitem o uso e apropriação dos bens culturais, os
quais proporcionam a valorização e conseqüente proteção.
O grande potencial arqueológico brasileiro e, em particular, o regional, tem gerado uma demanda de
especialistas nessa área do conhecimento, sobretudo com a emergência do turismo arqueológico e
ecológico como uma prática econômica auto-sustentável. Outro fator gerador dessa demanda são os
empreendimentos impactantes que afetam diretamente esse acervo, implicando na necessidade de
formação de profissionais aptos à realização de projetos de arqueologia preventiva. Some-se a esses
aspectos a premência no que diz respeito ao levantamento de sítios arqueológicos e do estado de
conservação, por um lado, para conhecimento do patrimônio arqueológico nacional e, por outro, para
a realização de ações visando o prolongamento da vida desses locais.
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› CULTURA MATERIAL |
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ARQUEOLOGIA- Os vestígios arqueológicos - material lítico, cerâmico, osteológico humano e faunístico, malacológico e
botânico, pinturas, gravuras, ruínas, naufrágios... - são marcadores materiais que possibilitam o
entendimento da dinâmica cultural dos grupos humanos em diferentes épocas. O registro, a análise a
interpretação e a conservação desses vestígios e contextos constitui-se elemento imprescindível ao
estudo das ocupações humanas e das sociedades. Para alguns os vestígios arqueológicos portam um
significado de legado, guardam uma memória. Inicialmente foram tratados como objetos isolados,
artefatos, componentes da cultura material. Atualmente essa noção se alargou por influência da
Arqueologia anglo-saxônica e abrange arqueologia pré-histórica e histórica, história da tecnologia,
estudos de folclore, antropologia cultural, geografia cultural e história da arte. Uma vertente da
Arqueologia, a Preventiva atrelada à Pública, ligou-se ao significado de legado, patrimônio, portador
de memória, e absorveu práticas de inclusão social e formas de fortalecimento da cidadania. Todos
esses aspectos são fácies da cultura material enquanto objeto de estudo da Arqueologia e, como tal,
carente de formação de recursos humanos para desenvolvê-la.
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