O algodoeiro (Gossypium hirsutum L.) é uma planta típica do verão, frequentemente sujeita a altas temperaturas e estiagem, exigindo a seleção de cultivares resistentes a diferentes condições ambientais. Nesse contexto, o objetivo deste estudo foi caracterizar cultivares de algodão com maior resiliência e desempenho agronômico sob condições de estresse salino. O experimento foi realizado na casa de vegetação da Universidade Federal do Piauí, Campus Professora Cinobelina Elvas, utilizando delineamento de blocos casualizados (DBC) em esquema fatorial 6 × 5. Foram estudadas seis cultivares (FM 911 GLTP, FM 912 GLTP RM, FM 970 GLTP RM, FM 974 GL, FM 978 GLTP RM e FM 985 GLTP) sob cinco níveis de salinidade (0; 4,0; 8,0; 12,0 e 16,0 dS/m-1), utilizando vasos de 11 litros preenchidos com solo. Ao final do experimento, aos 63 dias de após a semeadura, foram analisadas os parâmetros: vazamento de eletrólitos em folhas e raízes; teores de sódio, potássio, pH e condutividade elétrica do solo; densidade estomática nas faces adaxial e abaxial das folhas; massa seca das folhas (total, ápice, intermediária e baixeiro), flores, caule e raízes; volume da raiz, comprimento e diâmetro de raízes; número de folhas; área foliar (ápice, intermediária e baixeiro); altura da planta; diâmetro do caule; número de nós e botões florais, teor de proteínas totais em folhas e raízes, atividade das enzimas ascorbato peroxidase, guaiacol peroxidase e superóxido dismutase em folhas e raízes. As cultivares responderam de modo diferencial ao estresse, com alterações importantes nos parâmetros de crescimento, teores de clorofila a e de proteínas nas folhas. A maior tolerância foi observada na cultivar FM 970 GLTP RM, a tolerância moderada na cultivar FM 985 GLTP, e alta sensibilidade para cultivar FM 911 GLTP. Os níveis de NaCl mais severos nas plantas foram 12 e 16 dS/m-1. As cultivares tratadas com CE de 0 e 4 dS/m-1 apresentaram maior crescimento devido à regulação das trocas gasosas pelos estômatos, enquanto a CE de 8 dS/m-1 causou danos intermediários no algodoeiro. Os achados ressaltam a importância de estratégias de manejo adequadas e da seleção de cultivares mais tolerantes à salinidade, visando mitigar os efeitos adversos desse estresse e otimizar o crescimento das plantas em condições de cultivo desfavoráveis.