O treinamento resistido (TR) é uma das estratégias mais eficazes para a promoção da saúde e o aperfeiçoamento do desempenho físico, sendo amplamente utilizado para promover adaptações neuromusculares, metabólicas e cardiovasculares. Em relação às adaptações cardiovasculares, a variabilidade da frequência cardíaca (VFC) vem sendo utilizada como importante ferramenta para avaliar o estado de recuperação e a resposta fisiológica diante da manipulação das variáveis agudas do TR, como intensidade, volume e quantidade de agrupamentos musculares envolvidos na sessão de treino. Entretanto, os efeitos crônicos da quantidade de agrupamentos musculares na resposta da VFC ainda não estão elucidados. Sendo assim, este estudo terá como objetivo comparar os efeitos crônicos do treinamento resistido realizado pelo corpo inteiro (TRCI) e do treinamento resistido fracionado (TRFR) na VFC de adultos jovens. Serão recrutados homens com idade entre 18 e 30 anos, sem experiência com TR nos últimos seis meses, os quais serão randomizados em três grupos: TRCI (n = 15), no qual os membros superiores e inferiores serão treinados na mesma sessão de treino; TRFR (n = 15), em que os membros superiores e inferiores serão treinados alternadamente por sessão (divisão A/B); e um grupo controle (n = 15), que não realizará nenhum tipo de treinamento durante a intervenção e manterá sua rotina habitual. O programa de treinamento ocorrerá em dias não consecutivos, três vezes por semana, com duração de oito semanas, sendo duas semanas de familiarização e seis semanas de TR com carga progressiva. A VFC será avaliada antes e após a intervenção por meio de um eletrocardiograma, em repouso por 20 minutos. No domínio do tempo, os parâmetros analisados serão: RMSSD (raiz quadrada da média dos quadrados das diferenças entre intervalos RR adjacentes), SDNN (desvio padrão de todos os intervalos RR normais), interpolação triangular do intervalo RR (TINN) e índice de estresse. Já no domínio da frequência, serão analisados os componentes espectrais de baixa frequência (LF: 0,04 – 0,15 Hz) e alta frequência (HF: 0,15 – 0,4 Hz). Hipotetiza-se que o TRFR, por envolver menor quantidade de agrupamentos musculares na mesma sessão e proporcionar um maior período de recuperação, possa resultar em menor estresse cardiovascular e melhores adaptações nos índices de VFC em adultos jovens em comparação ao TRCI. Esses achados poderão contribuir para a otimização da prescrição do TR, garantindo maior eficiência na recuperação dos parâmetros autonômicos e na redução da sobrecarga cardiovascular.