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Banca de QUALIFICAÇÃO: JANAINA MARIA DA SILVA LINHARES

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: JANAINA MARIA DA SILVA LINHARES
DATA: 04/12/2025
HORA: 09:00
LOCAL: Google Meet
TÍTULO: interfaces entre a academia e as políticas públicas de inovação: um estudo de caso do IFPI e o setor produtivo.
PALAVRAS-CHAVES: Políticas Públicas, Inovação, Academia, Setor Produtivo, Interação, IFPI
PÁGINAS: 194
GRANDE ÁREA: Ciências Sociais Aplicadas
ÁREA: Serviço Social
RESUMO:

Este estudo investiga a interação entre o Instituto Federal do Piauí (IFPI), por meio do Programa de
Pós-Graduação em Engenharia de Materiais e Processos Industriais (PPGEM) e o setor produtivo
local, no contexto das políticas públicas de inovação. O objetivo é analisar a cooperação IFPI e CIEPI,
a partir do primeiro ciclo de parceria formalizado em 2021, identificando contribuições, limitações e
condições institucionais que favorecem ou restringem a interação e os resultados.
Metodologicamente, trata-se de uma pesquisa com abordagem qualitativa, de natureza exploratória e
descritiva, ancorada na técnica de estudo de caso múltiplo com procedimentos de coletas de dados
que envolveram revisão bibliográfica e documental, entrevistas semiestruturadas com bolsistas,
docentes, empresários e gestores e aplicação de questionário e tratamento dos dados mediante Análise
de Conteúdo (Bardin). Os resultados revelam inovações incrementais com encaminhamento para
solicitação de futuras patentes e potencial de mercado, como o uso de cera de carnaúba em telhas
cerâmicas, o condicionamento de farinha de trigo com luz UVC e melhorias em fios e cabos, embora
sem a comprovação da condutibilidade elétrica esperada pela empresa, ocasionado por limitações da
infraestrutura e inexistência de laboratórios no estado. Entre as constatações, destacam-se percepções
positivas: 90,9% reconhecem retorno das parcerias, 81,8% veem contribuição ao desenvolvimento
regional e 100% associam as interações à geração de novos produtos, processos e serviços. Entretanto,
a pesquisa também evidencia entraves estruturais, como burocracia e limitações laboratoriais. No
plano institucional, observa-se que a Política de Inovação do IFPI (Resolução 82/2021) e sua
atualização (Resolução 171/2023) representam avanços recentes, ainda em fase de consolidação,
principalmente no quesito fomento à cultura de inovação. No mesmo contexto, as estruturas estaduais,
como Lei da Inovação do Piauí (Lei 7.511/2021), Investe Piauí (2021), Parque Tecnológico,
Laboratório de Inovação, Piauí Instituto de Tecnologia, I Conferência Estadual de Ciência,
Tecnologia e Inovação e Secretaria de Inteligência Artificial, Economia Digital, Ciência, Tecnologia
e Inovação, todos instituídos em 2024, revelam um ecossistema em amadurecimento. O referencial
teórico estrutura-se em torno de reflexões sobre o arcabouço jurídico da inovação, com Lei da
Inovação (10.973/2004), Marco Legal de C,T&I (13.243/2016), Decreto regulamentador
(9.283/2018) e Política Nacional de Inovação (Decreto 10.534/2020), dentre outros normativos.
Ainda na fundamentação conceitual, foram utilizados autores que discutem o papel do Estado como
mediador das políticas de ciência, tecnologia e inovação (Viotti, 2008; Arbix et al., 2017; Cassiolato;
Lastres, 2005; Gordon; Cassiolato, 2019), a análise histórica da industrialização e da política
científica no Brasil fundamenta-se em Salerno (2012), Suzigan e Albuquerque (2008) e Rapini
(2007). A reflexão sobre inovação parte de Schumpeter (1961), Tidd e Bessant (1995), Audy (2017),
Chesbrough (2003, 2004, 2012) e Chesbrough e Crowther (2006). O modelo de cooperação
universidade–empresa de Bonaccorsi e Piccaluga (1998), bem como os estudos de Segatto-Mendes e
Sbragia (2002) e Garnica e Torkomian (2009) e o conceito de universidade empreendedora (Clark,
1998), articulados às teorias das Hélices Tríplice, Quádrupla e Quíntupla (Etzkowitz; Leydesdorff,
2000; Etzkowitz; Zhou, 2017; Etzkowitz; Leydesdorff, 1995; Etzkowitz, 2013; Etzkowitz e
Leydesdorff, 1997; Carayannis; Campbell, 2009, 2010; Carayannis; Barth; Campbell, 2022;
Carayannis; Campbell; Grigoroudis, 2021), fundamentam a compreensão da inovação como processo
colaborativo, que envolve universidade, empresa, governo, sociedade e meio ambiente.
Complementarmente, autores como Macedo (2017), Pacheco (2010), Silva (2009), Pereira e Cruz
(2019) e Souza (2019) defendem o papel dos Institutos Federais como políticas públicas de educação
e inovação voltadas à descentralização de oportunidades, à formação científica e tecnológica e ao
desenvolvimento regional. O estudo contribui ao documentar um modelo inédito de interação
academia e setor produtivo no Estado, com potencial replicável em outros contextos e instituições de
ensino superior. Por fim, foram delineadas as limitações da pesquisa e apontadas possibilidades de
investigações futuras.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - 093.***.***-14 - EDSON SADAO IIZUKA - UNIFEI-SP
Interno - 1758643 - JAIRO DE CARVALHO GUIMARAES
Presidente - 1433032 - RAIMUNDO LENILDE DE ARAUJO
Notícia cadastrada em: 12/11/2025 15:08
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