Esta dissertação investiga o potencial do coco-babaçu (Attalea speciosa) como recurso didático
na educação básica, articulando saberes ecológicos tradicionais e práticas pedagógicas. O
capítulo 1 apresenta uma revisão integrativa da literatura científica nacional entre 2014 e 2025,
evidenciando experiências educativas pontuais com o tema do babaçu em escolas, com uso de
jogos, kits pedagógicos, merenda escolar e atividades interdisciplinares. A análise revelou a
escassez de produções acadêmicas que integrem o conhecimento tradicional ao currículo
formal, e apontou como desafio a necessidade de formação docente e políticas públicas que
legitimem o tema como conteúdo educativo. O capítulo 2 apresenta uma pesquisa de campo
com estudantes do Ensino Fundamental de uma escola rural no município de Esperantina–PI,
com o objetivo de compreender em que medida o conhecimento ecológico sobre o coco-babaçu
é construído no ambiente escolar ou transmitido pelas famílias. A pesquisa confirma a hipótese
de que os saberes sobre o babaçu são construídos majoritariamente fora do espaço escolar, e
destaca a urgência de integrar o conhecimento ecológico tradicional aos currículos escolares.
Os resultados revelaram que 93,75% dos estudantes atribuíram seus saberes ao ambiente
familiar e comunitário, sobretudo a mães, avós e tias, enquanto apenas 5% aprenderam na
escola. Também se observou um forte interesse dos alunos em aprender mais sobre o tema por
meio de metodologias práticas, oficinas e visitas de campo.. Por fim, o capítulo 3 consistirá na
elaboração de uma cartilha pedagógica voltada a professores, com propostas de atividades
interdisciplinares que valorizem o babaçu como tema gerador, promovendo a Educação
Ambiental crítica, a valorização dos saberes locais e a identidade cultural dos estudantes.