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Banca de DEFESA: IARA NADINE VIEIRA DA PAZ SILVA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: IARA NADINE VIEIRA DA PAZ SILVA
DATA: 03/04/2025
HORA: 09:00
LOCAL: CCS 2 - SALA 1- ANTIGA PREX - UFPI- ININGA
TÍTULO: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DE TUBERCULOSE NA POPULAÇÃO PRIVADA DE LIBERDADE NO ESTADO DO PIAUÍ
PALAVRAS-CHAVES: Tuberculose. Prisões. Epidemiologia. Perfil de saúde. Piauí.
PÁGINAS: 46
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Saúde Coletiva
RESUMO:

RESUMO

Introdução: A TB caracteriza-se por ser uma doença infecciosa cujo agente infeccioso é o Mycobacterium Tuberculosis, conhecido também como bacilo de Koch. Entre os grupos de pessoas em situação de vulnerabilidade e com risco aumentado para adquirir TB, destacam-se as pessoas privadas de liberdade, com 28 vezes mais chance de adoecer pela doença. Objetivo: Analisar os principais fatores epidemiológicos relacionados à tuberculose na população privada de liberdade no estado do Piauí, no período de 2013 a 2023. Métodos: Estudo epidemiológico, com coleta de dados retrospectivos e públicos de Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), referentes aos dados da PPL de casos de TB. O estudo foi realizado no estado do Piauí, com dados no intervalo de 2013 a 2023. foram organizados em planilhas do Microsoft Excel®, conforme as variáveis sociodemográficas, clínico-epidemiológicas e diagnósticos e laboratoriais. Os dados foram reorganizados no software IBM® SPSS®, versão 30.0, para cálculo de estatísticas descritivas do tipo frequência, a variação percentual anual (VPA) e os intervalos de confiança de 95% (IC de 95%).  Resultados e Discussão: A frequência dos casos confirmado apresentou uma tendência geral de crescimento, com oscilações pontuais ao longo dos anos. Teresina se destaca como o município com o maior número de notificações, totalizando 125 casos. O Perfil epidemiológico predominantemente masculino, com 220 casos (91,29%), de raça/cor parda (68,03%). Além disso, foram identificados 26 casos (10,79%) decorrentes de transferência entre unidades prisionais e observou-se que, de um total de casos analisados, 27,39% (66 casos) não possuem informação registrada de TDO ou foram classificados como "Ignorado/Branco". Conclusão: A análise evidencia que, embora existam avanços no controle da tuberculose, ainda há desafios significativos a serem enfrentados. O contexto prisional exige intervenções direcionadas e sustentáveis, que garantam não apenas o diagnóstico e o tratamento oportunos, mas também a prevenção e o suporte contínuo aos pacientes. Somente por meio de uma abordagem integrada, que envolva diferentes setores da saúde e da gestão prisional, será possível avançar na eliminação da tuberculose entre a população privada de liberdade.

 

Introdução:       

A tuberculose (TB), foi conhecida, no século XIX, como peste branca, ao dizimar centenas de milhares de pessoas em todo o mundo. A partir da metade do século XX, houve acentuada redução da incidência e da mortalidade relacionadas à TB, já observada àquela ocasião em países desenvolvidos, sobretudo pela melhoria das condições de vida das populações. A TB caracteriza-se por ser uma doença infecciosa cujo agente infeccioso é o Mycobacterium Tuberculosis (Mtb), conhecido também como bacilo de Koch (Araújo et al., 2015).

A transmissão do Mtb se dá por via aérea, de uma pessoa com TB pulmonar ou laríngea, que elimina bacilos no ambiente (caso fonte), a outra pessoa, por exalação de aerossóis oriundos da tosse, fala ou espirro. O termo “bacilífero” refere-se a pessoas com TB pulmonar ou laríngea que tem baciloscopia positiva no escarro. Esses casos têm maior capacidade de transmissão, entretanto pessoas com outros exames bacteriológicos como cultura e/ou Teste Rápido Molecular da tuberculose (TRM-TB) positivos também podem transmitir. A TB também acomete, prioritariamente, o pulmão que é a porta de entrada da maioria dos casos (Brasil, 2019).

A TB é uma das doenças mais emblemáticas relacionadas à pobreza e fortemente atravessada pelos determinantes sociais. Paralelamente, é considerada perpetuadora de ciclos de miserabilidade devido aos impactos sociais e econômicos gerados pelo adoecimento (Ferreira et al., 2025).

Nos últimos anos, muito foi feito, no Brasil, para combater a TB, porém ainda existem desafios a serem superados, para que se alcance o objetivo de tirar a doença dessa lista de problemas de saúde pública. Como exemplos desses desafios, tem-se, entre outros, a manutenção do enfrentamento da TB na agenda política, o fortalecimento das ações de controle da TB nas populações mais vulneráveis, a abordagem da doença na perspectiva dos determinantes sociais e a melhoria dos indicadores de desfecho do tratamento (Silva et al., 2022).

É interessante ressaltar que, no Brasil, a TB teve um total de 877.509 casos confirmados no período de 2010 a 2019, permanecendo insatisfatórios os indicadores epidemiológicos, pois, em muitas regiões, houve aumento dos casos. Isso pode ser justificado pela piora no quadro sanitário nos últimos anos ou mesmo por uma melhora na capacidade de diagnóstico (Brasil, 2020).

Entre os grupos de pessoas em situação de vulnerabilidade e com risco aumentado para adquirir TB, destacam-se as pessoas privadas de liberdade (PPL), com 28 vezes mais chance de adoecer pela doença (AGUIAR et al., 2021). No Brasil, as PPL compõem uma população crescente que em 1990 era constituída por 90 mil pessoas, enquanto em 2016 somava mais de 700 mil indivíduos (Caetano, 2018).

No estudo realizado por Kinner et al. (2018), não foi encontrada diferença estatística na prevalência de TB por faixa etária em PPL, levantando como provável causa que a maioria das infecções por TB nessa população ocorrem após o encarceramento. Isso expõe o indivíduo aos riscos ambientais e estruturais do sistema carcerário, marcado por ausência de ventilação e superlotação, o tornando propenso à infecção independentemente da idade.

No que se refere às comorbidades, destacam-se, o elevado índice de alcoolismo e uso de drogas ilícitas. Nas PPL, o uso dessas substâncias pode advir de um contexto prévio ao encarceramento ou ser influenciado por ele (Alves et al., 2017).

O tabagismo, outra comorbidade com elevada notificação frequente entre os casos de TB nas PPL, está associado com a infecção, mortalidade e recidiva da TB, além de aumentar o risco de progressão da doença latente para ativa, dificultar a negativação do exame de escarro e propiciar falhas na adesão ao tratamento e aparecimento de formas resistentes de TB (Novotny et al., 2017).

Neste sentido, as unidades de saúde prisionais devem ser responsáveis pela oferta de ações voltadas para o rastreamento, diagnóstico precoce e para o tratamento oportuno do HIV e da TB, a fim de minimizar desfechos desfavoráveis, a exemplo do óbito (Naves et al., 2024).

Assim, torna-se imprescindível conhecer o perfil da doença para um alinhamento das ações de controle que caminhem junto com a realidade situacional desta população. Com o intuito de contribuir no desenvolvimento de estratégias em saúde, e partindo da premissa de que se faz necessário conhecer a epidemiologia especialmente com um enfoque temporal, para, a partir de então, desenvolver planos eficazes no combate e/ou controle à tuberculose entre a população privada de liberdade, bem como a criação de ações efetivas no âmbito da atenção primária.

 

 


MEMBROS DA BANCA:
Interno - 2476016 - ARQUIMEDES CAVALCANTE CARDOSO
Externo ao Programa - 4363803 - CARLA PATRICIA DE CARVALHO OLIVEIRA
Externo à Instituição - 879.***.***-20 - KARINNA ALVES AMORIM DE SOUSA - UEMA
Presidente - 423325 - VIRIATO CAMPELO
Notícia cadastrada em: 21/03/2025 13:32
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