INTRODUÇÃO: A saúde sexual envolve o bem-estar físico, mental e social, considerando todos os aspectos do sistema reprodutivo e indo além da ausência de doenças. Os jovens no ensino superior enfrentam desafios emocionais e comportamentais que podem afetar seu desempenho acadêmico e qualidade de vida, predispondo-os a comportamentos sexuais de risco. OBJETIVO: Analisar os fatores relacionados ao comportamento sexual de estudantes dos cursos de Medicina e Enfermagem de uma Universidade Pública Federal. MÉTODO: Trata-se de um estudo transversal com abordagem quantitativa, realizado em uma universidade pública federal. A amostra probabilística e estratificada foi composta por estudantes de Medicina (84) e Enfermagem (49). Os dados foram analisados no software SPSS, versão 22.0. Realizaram-se análises descritivas (valores absolutos, médias, medianas, desvios padrão e teste de normalidade) e inferenciais. As associações entre as variáveis foram avaliadas pelo Teste Qui-quadrado de Pearson e pelo Teste Exato de Fisher ($p<0,05$, IC 95%). A comparação de médias foi feita com o Teste T para amostras independentes, e o tamanho do efeito mensurado pelo coeficiente D de Cohen. Por fim, foi aplicada a Regressão Logística para as variáveis que apresentaram significância estatística. RESULTADOS: O estudo revelou comportamentos sexuais de risco entre estudantes, com baixa adesão ao uso consistente de preservativos, especialmente no sexo oral e anal. A análise mostrou que fatores como estado civil (solteiros), ausência de filhos e o uso de preservativos na primeira relação sexual (sexarca) influenciam a continuidade do uso de preservativos. Estudantes com parcerias casuais, sexo masculino e aqueles que relataram atividade sexual recente apresentaram maior incidência de múltiplas parcerias sexuais, o que se correlacionou com o uso prévio de Profilaxia Pós-Exposição (PEP). CONCLUSÃO: Apesar do acesso a informações sobre saúde sexual, persiste o comportamento de risco entre os futuros profissionais de saúde, especialmente nas relações casuais e entre o sexo masculino. É necessária uma abordagem educativa mais eficaz, que aborde não apenas os aspectos técnicos, mas também as variáveis comportamentais e culturais, para promover uma saúde sexual mais segura entre os estudantes.