Introdução: A pós-graduação stricto sensu estimula a pesquisa através da formação de pesquisadores, qualificação docente e desenvolvimento da ciência e evidências científicas. No entanto, os estudantes stricto sensu podem vivenciar situações negativas, comprometendo sua qualidade de vida e seu comportamento sexual em virtude de fatores físicos, psicológicos, sociais e ambiente, podendo serem superados através de estratégias na pós-graduação. Objetivo: Analisar o comportamento sexual e a qualidade de vida de pós-graduandos stricto sensu de enfermagem do Nordeste brasileiro. Método: Trata-se de um estudo transversal analítico, realizado com estudantes regularmente matriculados em programas de pós-graduação stricto sensu de enfermagem de universidades do Nordeste brasileiro. A amostra foi constituída por 252 participantes. A coleta de dados ocorreu no período de março a setembro de 2024, com formulário semiestruturado on-line contendo questões sociodemográficas, ocupacional, sobre o comportamento sexual e o instrumento de avaliação da qualidade de vida - WHOQOL-Bref. Os dados foram processados pelo software Jamovi (versão 2.3), para realização de análises descritivas e inferenciais, aplicaram-se o Teste Exato de Fisher, adotando ainda o coeficiente de correlação de Pearson e Spearman, considerando o nível de significância de p<0,05. Este estudo obteve aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Piauí, com o parecer nº 6.555.475. Resultados: Houve prevalência do sexo feminino (74,2%), predominantemente vinculados à Universidade Federal do Ceará (23,4%). 59,5% estavam cursando o Mestrado Acadêmico. A maioria considerou a sua qualidade de vida como boa (47,6%) e mais de um terço referiram que não estavam nem satisfeitos, nem insatisfeitos com a sua própria saúde (36,1%). Na avaliação da qualidade de vida, o domínio físico apresentou maior média (3,71±0,68) e o domínio psicológico a menor média (3,51±0,72). A média da pontuação geral da qualidade de vida foi 3,63±0,63. Os participantes consideraram regular os domínios físico (50,8%), psicológico (48,4%) e meio ambiente (49,6%), sendo o domínio relações sociais considerada boa (40,5%). Quanto o comportamento sexual, houve destaque para a prática sexual vaginal (73,0%). O uso de preservativo com o(a) parceiro(a) fixo(a) não é universal (61%). Entre aqueles que referiram IST, a mais referida foi candidíase (49,6%). 38,9% não souberam informar se tiveram IST ou não apresentaram alguma infecção em algum momento da vida. Houve associação estatisticamente significativa entre o uso de aplicativos de relacionamento para fins sexuais e a qualidade de vida (ORa= 2,09; IC 95% 1,14-3,85; p= 0,016). A odds ratio para ter realizado um teste rápido foi de 1,48 (IC 95% 0,80-2,75, p= 0,207) sugerindo que indivíduos que já realizaram um teste rápido podem ter uma chance ligeiramente maior de relatar qualidade de vida ruim/regular. Considerações finais: Os participantes apresentam uma boa qualidade de vida geral. O domínio psicológico mostrou-se como o pior na avaliação da qualidade de vida, enquanto o domínio físico o melhor. A maioria tem relado uso inconsistente de preservativo. Houve relato do uso de aplicativos de relacionamento voltados para prática sexual, baixa adesão à PrEP e PEP, consumo de álcool e drogas, mesmo que baixas, podendo resultar em comportamento sexual de risco.