INTRODUÇÃO: As infecções relacionadas ao cuidado em saúde permanecem como um desafio significativo no atendimento de urgência realizado fora do ambiente hospitalar. Nesse contexto, os profissionais de enfermagem atuam em condições adversas, o que pode comprometer a eficácia das medidas de prevenção. Compreender como esses profissionais atribuem sentido às ações de controle de infecções é fundamental para qualificar o cuidado e promover a segurança de pacientes, trabalhadores e comunidade. OBJETIVO: Apreender as representações sociais elaboradas por enfermeiros do SAMU acerca das práticas de prevenção e controle de infecções no contexto do atendimento pré-hospitalar. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo qualitativo, de caráter exploratório e descritivo, realizado com vinte e dois enfermeiros vinculados ao serviço público de atendimento de urgência da cidade de Teresina, no estado do Piauí. A coleta de dados foi conduzida entre os meses de outubro de 2024 e fevereiro de 2025, por meio de entrevistas individuais, semiestruturadas, realizadas de forma presencial. As narrativas foram transcritas integralmente e organizadas em um corpus textual submetido à análise lexical, com aplicação da técnica de Classificação Hierárquica Descendente. A interpretação foi orientada pelos pressupostos da Teoria das Representações Sociais. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Piauí, sob o CAAE nº 70621423.2.0000.5214. RESULTADOS: A análise identificou três representações sociais predominantes entre os enfermeiros. A primeira, de natureza normativa, evidencia o compromisso ético-profissional com os protocolos e medidas de controle. A segunda, de caráter pragmático, revela condutas adaptadas à rotina e às limitações estruturais do serviço. A terceira, ancorada em saberes técnico-científicos, expressa a preocupação com microrganismos resistentes e a necessidade de ações preventivas diante de riscos invisíveis e imprevisíveis. CONCLUSÃO: As representações sociais apreendidas atribuem significados diversos às práticas de prevenção e controle de infecções, compreendidas como obrigação ética, exigência técnica e resposta viável frente às condições concretas do cuidado em urgência pré-hospitalar. Os achados indicam a importância de estratégias formativas que considerem essas construções simbólicas para o fortalecimento da segurança e da qualidade assistencial.