INTRODUÇÃO: A universidade é um ambiente privilegiado para o desenvolvimento de habilidades, conhecimentos e competências, sendo também um período de intensas mudanças psicossociais que podem impactar a saúde mental dos estudantes. Estudos indicam que entre 10% e 20% dos universitários desenvolvem algum transtorno mental, destacando-se a ansiedade e a depressão. Fatores sociodemográficos e estilo de vida podem atuar como elementos de vulnerabilidade ou proteção. OBJETIVO: Avaliar os fatores sociodemográficos e o estilo de vida relacionados à ansiedade e depressão em universitários brasileiros. MÉTODO: Trata-se de um estudo multimétodos, composto por uma revisão sistemática da literatura e por uma pesquisa quantitativa de delineamento transversal. A coleta de dados está sendo realizada em 11 universidades federais, entre maio de 2024 e abril de 2025, com aplicação de instrumentos validados, incluindo o Short Multidimensional Inventory for Lifestyle Evaluation (SMILE), o Patient Health Questionnaire-9 (PHQ-9) e o Generalized Anxiety Disorder-7 (GAD-7). As análises estatísticas serão realizadas no software IBM Statistical Package for the Social Science (SPSS) através da análise descritiva para estimar frequências absolutas e relativas das variáveis de interesse e regressão de Poisson com variância robusta. RESULTADOS PRELIMINARES: A amostra do estudo foi integrada por 2765 estudantes universitários, observando predominância de mulheres (61,2%) e jovens de 16 a 20 anos (65%). As análises estatísticas mostraram associações significativas entre sintomas depressivos e variáveis como sexo feminino, idade mais jovem, ausência de vínculo de trabalho e baixa qualidade das relações sociais. Além disso, o uso de substâncias e as relações sociais revelaram efeito protetor contra sintomas depressivos. Observou-se que a maior prática de atividade física, qualidade do sono, suporte social mais consolidado e um ambiente favorável e uma boa relação corroboram com elementos protetores dos sintomas de ansiedade. Em contrapartida, os maiores níveis de estresse aumentaram grandemente a probabilidade de ansiedade. As variáveis idade, renda, identidade de gênero, etnia, estado civil, alojamento estudantil e situação não apresentaram relação causal acerca da ocorrência da ansiedade.
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