Introdução: A adolescência é marcada por mudanças intensas nas áreas biopsicossociais e as escolhas de saúde são influenciadas por fatores, como sociais, econômicos e culturais. No contexto da vacinação, destaca-se que na pandemia da COVID-19, com o crescimento do sentimento de desconfiança devido ao aumento das desinformações, foi observado uma redução da busca dos serviços de saúde pelos adolescentes. Para a compreensão e possibilidade de mudança deste cenário, a Literacia em Saúde pode gerar um impacto positivo no empoderamento das pessoas e na confiança em relação às vacinas, contudo não há instrumentos adaptados para o contexto cultural e linguístico brasileiro. O Health Literacy Vaccinale (HLV) avalia o público adulto, dessa forma, a adaptação transcultural desse instrumento para adolescentes brasileiros, mediante a avalição eficiente das propriedades psicométricas, permitirá uma compreensão mais profunda sobre os níveis de literacia vacinal. Objetivo: Adaptar transculturalmente e validar o instrumento Health Literacy Vaccinale para o português do Brasil, visando sua aplicação em adolescentes brasileiros. Métodos: Trata-se de uma pesquisa metodológica, que busca realizar uma versão adaptada e válida do instrumento HLV para o contexto cultural brasileiro. O método segue as diretrizes de adaptação transcultural de Beaton et al. (2007), em seis etapas: (1) Tradução inicial para o português por dois tradutores independentes; (2) Síntese das traduções para consolidar uma versão única; (3) Retrotradução para o inglês por dois tradutores nativos que desconhecem o instrumento original; (4) Comitê de especialistas para a validação de conteúdo da versão síntese; (5) Pré-teste com 30 adolescentes, para avaliar a clareza dos itens e a adequação da linguagem e (6) Envio da versão final adaptada ao autor original para revisão e aprovação. Para a análise psicométrica, será utilizada uma amostra de 100 adolescentes. Para as evidências de validação será utilizada a validação de construto convergente e por grupos conhecidos. Para as evidências de confiabilidade serão consideradas tanto a estabilidade, através do teste-reteste, como a consistência interna por meio do coeficiente alfa de Cronbach e pela fidedignidade composta. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFMT (parecer nº 7.065.506), atendendo à Resolução nº 466/2012 e 510/2016 do CNS, garantindo o anonimato, a confidencialidade e o consentimento informado, com assinatura do TCLE pelos responsáveis e do TALE pelos adolescentes. Resultados: O HLV foi traduzido para o português por dois tradutores independentes, gerando duas versões (T1 e a T2). As versões apresentaram algumas diferenças na linguagem, a fim de estabelecer um consenso, realizou-se uma reunião com o objetivo de obter um consenso entre ambas traduções, sendo estabelecida a versão síntese (T1-2). Na reunião com o comitê de especialistas com a versão T1-2, o IVC médio para cada item obteve resultado máximo. O pré-teste foi conduzido com 31 adolescentes, 90,3% (n=18) dos participantes consideraram o questionário "muito bom" ou "bom" e o grau de importância dos itens variou entre 96,8% e 54,8%.