Introdução: As Infecções Sexualmente Transmissíveis representam um desafio para a saúde pública global. Prevalência mais elevadas são apresentadas em determinadas populações, pessoas jovens com menor escolaridade. Objetivo: Analisar a prevalência e os fatores associados às infecções sexualmente transmissíveis em pós-graduandos do Nordeste brasileiro. Método: Trata-se de um estudo transversal analítico, realizado com estudantes regularmente matriculados em programas de pós-graduação stricto sensu de universidades do Nordeste brasileiro. A amostra foi constituída por 252 participantes. A coleta de dados ocorreu no período de março a setembro de 2024, com formulário semiestruturado on-line contendo questões sociodemográficas, ocupacional. Os dados foram processados pelo software Jamovi (versão 2.3), para realização de análises descritivas e inferenciais, aplicaram-se o Teste Exato de Fisher e Qui Quadrado, considerando o nível de significância de p<0,05. Este estudo obteve aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Piauí, com o parecer no 6.555.475 aprovado em 2023. Resultados: Mulheres cisgênero apresentavam menor probabilidade de ter tido Infecções Sexualmente Transmissíveis em comparação com homens cisgênero (OR = 0,220; p < 0,001). Em relação à orientação sexual, pós-graduandos que se identificam como homossexuais tiveram uma maior probabilidade de contrair IST em comparação com heterossexuais (OR = 34,40; p < 0,001). Além disso, indivíduos sem companheiro mostraram-se mais propensos a relacionar IST em comparação com aqueles que têm companheiro (OR = 2,18; p = 0,005). Entre os pós-graduandos que referiram IST, 38,9% dos participantes afirmando que não sabem informar se tiveram IST ou que nunca tiveram esse tipo de infecção ao longo da vida. Entre aqueles que relataram algum tipo de IST, as mais comuns foram candidíase (32,1%), seguida pela combinação de vaginose bacteriana e candidíase (7,1%). A prevalência de testagem foi de 22,6%, com a maioria dos participantes (82,6%) relatando que já realizaram todos os testes rápidos (HIV, sífilis, hepatite B e hepatite C), dois participantes (0,8%) tiveram teste rápido reagente para HIV e 8 para sífilis (4,1%). A prevalência de uso de Profilaxia Pré-Esposição foi baixa, correspondendo a 2,4%, enquanto o uso de Profilaxia Pós-Exposição foi relatado por 8,3%. Conclusão: A pesquisa evidenciou uma prevalência considerável de comportamento sexual de risco e infecção sexual entre os estudantes de pós-graduação, mesmo em uma população com alto nível acadêmico. Recomenda-se a implementação de políticas públicas e ações educativas específicas para o cenário universitário sobre comportamento sexual.