A presente tese analisa os efeitos da seca no sul do Piauí, no período de 1877 a 1889, a partir do deslocamento humano e da busca por trabalho e terras para plantar, resultando em consequências na vida cotidiana da população. A pesquisa se concentra nos impactos impulsionado pelas migrações, nas relações sociais, políticas e econômicas da região, buscando compreender o fenômeno em sua complexidade, para além do âmbito climático. Os impactos multifacetados da seca, desencadeou uma serie de transformações no Piauí, o êxodo populacional intensificou a pobreza e a fome, havendo crescentes conflitos sociais. A pesquisa pretende mapear os fluxos de migrações tanto interna quanto externa, responsável por reconfigurar o mapa demográfico do estado, resultando em uma complexa rede de interações sociais e estratégias de sobrevivência, ocasionando o surgimento de medidas de controle, como a Comissão de Socorros e os Núcleos Coloniais. Foram utilizadas diversas fontes primarias e secundarias, incluindo documentos oficiais, relatórios de presidentes de província, requerimentos, jornais da época e referências bibliográficas que abordem o período de análise. A tese valoriza o papel do homem pobre e livre na construção da história, reconhecendo sua importância e trazendo esses sujeitos como agentes transformadores e ativos no contexto histórico.