O trabalho investiga as trajetórias de piauienses que se exilaram em decorrência do Terrorismo de Estado nas décadas de 1960 e 1970. No Piauí, diversos indivíduos que adotaram posturas contrárias aos ideais da ditadura militar foram rotulados como subversivos pela polícia política. Como estratégia de desmobilização, o Estado militar, a partir dos órgãos de segurança, reprimiu duramente esses indivíduos. Enquanto alguns permaneceram no Piauí, outros se viram forçados a sair. Do ponto de vista metodológico, o estudo apoia-se em uma pluralidade fontes: os jornais O Dia e Estado do Piauí, biografias, livros de memória de piauienses reprimidos pela ditadura, depoimentos orais e os Inquéritos Policias Militares (IPM 185, IPM 340, IPM 349 e IPM 705). Observa-se que as ações de Terror de Estado fizeram com que os indivíduos que defendiam projetos políticos distintos da ditadura civil-militar fossem duramente sufocados e, como resultado, levando-os a buscar no exílio uma alternativa para sua sobrevivência política e pessoal. Para alcançar o objetivo, nosso arcabouço teórico se fundamenta nos pressupostos de Alves (2005), Padrós (2005), Borges (2003), Patto (2021), Rollemberg (1999), Arns (2022) e Seligmann-Silva (2003). Além disso, buscou-se o diálogo com a historiografia piauiense acerca da ditadura militar, por meio de Oliveira (2008;2020), Nascimento (2022), Araújo (2013), Carvalho (2006), Castro (2022), Ricardo (2018) e Rocha (2019).