O estudo analisa a construção das identidades de aprendizes surdos de português como língua adicional nas práticas acadêmicas sob a perspectiva teórica da Teoria do Caos e da Complexidade (Morin, 2005; Larsen-Freeman e Cameron, 2008; Paiva, 2006, 2009; Resende, 2009; Leffa, 2016), em diálogo com o modelo de letramentos acadêmicos de Lea e Street (1998, 1999, 2006). Busca-se investigar as condições iniciais de aprendizagem do português como língua adicional nas práticas anteriores ao ensino superior; analisar as estratégias desenvolvidas pelos alunos para atender as demandas de utilização de português escrito nas práticas textuais na instituição de ensino e sondar a influência de outros fractais identitários dos informantes na construção da identidade de aprendiz de português como língua adicional nas práticas acadêmicas. Adota-se a pesquisa narrativa com abordagem qualitativa. Os resultados indicam que as participantes constroem suas identidades de forma dinâmica, marcada por resistência, pertencimento e reconstrução, revelando diferenças significativas nas trajetórias linguísticas e identitárias. Essas diferenças impactam diretamente a relação com o português e o comportamento diante das práticas de leitura e escrita. Conclui-se que as identidades de aprendiz são múltiplas, dinâmicas e situadas, formadas por experiências de vida, condições de desenvolvimento, contextos situados e relações de poder que determinam como cada sujeito se posiciona diante das línguas.