A Citrinina isolada do fungo endófito Penicillium citrinum, se destaca por possuir atividades citotóxicas, antioxidantes e neuroprotetoras, porém, com conhecidos efeitos adversos, tais como, nefrotoxicidade, falta de seletividade e hepatotoxicidade. Nesse sentido, a utilização de nanotecnologia pode ser uma ferramenta interessante para melhoria das atividades farmacológicas de produtos naturais. O presente estudo teve como objetivo geral realizar uma avaliação nanotoxicogenética e antitumoral de lipossomas contendo citrinina em testes pre-clínicos com um modelo animal de melanoma metastático. Primeiramente, foi realizado uma revisão sistemática para uma melhor compreensão sobre o desenvolvimento de moléculas carregadas por nanopartículas com efeitos biológicos para o tratamento do câncer de pele. Posteriormente, foi realizado um estudo com lipossomas contendo citrinina na concentração de (2μg/kg-i.p) em modelo animal de melanoma metastático, comparando com o uso de cisplatina (2mg/Kg-, i.p.) e citrinina livre (2μg/Kg- i.p.). O tratamento começou 7 dias após a indução do câncer de pele, durante 21 dias consecutivos. Os resultados do levantamento sistemático mostraram quais moléculas foram nanoformuladas para o tratamento do câncer de pele. As principais moléculas estudadas incluíram nanopartículas magnéticas e híbridas, além de fármacos-alvo, como cobimetinibe e lenvatinibe, que demonstraram eficácia e seletividade em relação às células tumorais. Posteriormente, nos testes bioquímicos e hematológicos, a citrinina livre resultou em um aumento significativo nos níveis de hematócrito e hemoglobina. Em contrapartida, a citrinina lipossomal demonstrou resultados semelhantes, mas sem a mesma magnitude de impacto nos parâmetros hematológicos. O aumento dos parâmetros de leucócitos observado nos grupos tratados com CIT, LIP-CIT e CIS pode indicar uma modificação na resposta imune, possivelmente relacionada a uma inflamação ou uma ativação do sistema imunológico. O estudo também demonstrou alterações nas enzimas hepáticas, como aspartato aminotransferase e alanina aminotransferase, nos grupos tratados com citrinina na concentração de 2 µg/kg. Esses aumentos nos níveis de enzimas hepáticas são indicativos de dano hepático, demostrando que a citrinina livre pode desencadear uma resposta inflamatória ou causar lesão direta às células do fígado. A citrinina encapsulada nos lipossomas demonstrou eficácia antitumoral significativa, reduzindo o volume do tumor sem os efeitos colaterais severos observados na forma livre, como hepatotoxicidade. Em relação aos efeitos genotóxicos em células sanguíneas, a LIP-CIT apresentou menos genotóxica em células sanguíneas quando comparado com CIS e CIT o que mostrou a eficiência da nanoformulação lipossomal para minimizar os efeitos adversos de toxicidade em células tumorais. Em conclusão, a encapsulação da citrinina em lipossomas mostrou-se uma estratégia eficaz para manter sua ação antitumoral, ao mesmo tempo que reduz os efeitos colaterais, abrindo novas possibilidades terapêuticas para o tratamento de melanoma metastático.