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Banca de QUALIFICAÇÃO: THALLYTA CASTELO BRANCO VASCONCELOS

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: THALLYTA CASTELO BRANCO VASCONCELOS
DATA: 10/11/2025
HORA: 14:00
LOCAL: sala de defesa do PPGED-UFPI
TÍTULO: AS GRIÔS DO PIAUÍ: ORALIDADES MATRIARCAIS NA CONSTRUÇÃO DOS FAZERES, SABERES E AFETOS
PALAVRAS-CHAVES: Palavras-chave: Griôs; Matriarcado; Mulheres Negras; Oralidades; Decolonialidade.
PÁGINAS: 97
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Educação
SUBÁREA: Tópicos Específicos de Educação
ESPECIALIDADE: Educação Rural
RESUMO:

A presente pesquisa de Mestrado está vinculada ao Programa de Pós-graduação em
Educação da Universidade Federal do Piauí (PPGEd – UFPI), na linha de pesquisa de
Educação, Diversidade/Diferença e Inclusão, apresentando como objeto de estudo As
Griôs do Piauí: Oralidades matriarcais na construção dos fazeres, saberes e afetos. Com
isso, parte-se do problema: quais os fazeres, saberes e afetos constituídos nas oralidades
matriarcais das mulheres Griôs do Piauí, bem como os dispositivos que podem ser criados
como ferramenta de reparação histórica e difusão dessas oralidades matriarcais Griôs?
Assim, desenhamos como objetivo geral: Compreender os fazeres, saberes e afetos das
mulheres Griôs do Piauí, a partir de suas narrativas matriarcais advindas da tradição oral.
Especificamente, objetivamos: Mapear as mulheres Griôs e suas histórias de vida em suas
comunidades, observando seus fazeres, saberes e afetos; identificar características
matriarcais das mulheres Griôs do Piauí, a partir de seus fazeres, saberes e afetos,
descritos em suas oralidades. Analisar nas oralidades das mulheres Griôs do Piauí a
relação dos processos de transmissão dos fazeres, saberes e afetos com o fortalecimento
do sentido de pertencimento comunitário; criar dispositivos artísticos e pedagógicos, a
partir das oralidades das mulheres Griôs, como ferramentas de reparação histórica. Para
compreender as dinâmicas em que se desenrolam as existências das Griôs, a metodologia
utilizada é a Cartografia, método inspirado na teoria de Gilles Deleuze e Félix Guattari
(1995), com o intuito de acompanhar processos, sem a intenção de representar um objeto,
entendendo que as participantes não se configuram como objeto de pesquisa e sim como
vidas em processo de construção. Por isso, mapeamos como territórios da pesquisa o
Quilombo Curral Velho, município de São João do Piauí, onde vive Dona Depa (97 anos),
Comunidade Rural Fortaleza IV, município de Esperantina, onde vive Chica Lera (86
anos) e o Quilombo Salinas, município de Campinas do Piauí, onde vive Dona Maria Flor
(75 anos). Em nossa abordagem metodológica, para além de nos alicerçar na cartografia,
usamos como dispositivo de acionamento de memória a Contação de história A mulher,
o poço e a estrada, conto escrito especificamente para nossa pesquisa. Assim entendemos
esses espaços de pesquisa como campo rizomático, cujo corpo e território dessas mulheres
negras, Griôs de suas comunidades, se manifestam em multiplicidade, impossibilitando
visões lineares em busca de respostas e conceitos pré-determinados. Portanto, nossas
fontes divergem da visão eurocêntrica, superando barreiras colonizadoras, tendo como
paradigmas teóricos Bâ (1999), Oliveira (2018), Carneiro (2023), Kilomba (2019), Bispo
(2019), Fanon (2022), Santos (2010), Souza; Boakari (2013), Sodré (2002), Hooks (2017;
2023), Crenshaw (2002), González (1984), Silva (2020), Sousa (2020), Mbembe (2013),
Vaz e Ramos (2021), Deleuze e Guattari (1995) e Kastrup (2015), além de outros nomes
que trilham os mesmos caminhos epistemológicos. Ao registrar as oralidades de nossas
Griôs identificamos muitos saberes invisibilizados com os quais podemos aprender com
as trajetórias dessas mulheres, atravessando dor e sofrimento, mas enaltecendo sua
capacidade de insurgência e sobretudo seus fazeres, saberes e afetos. Compreendemos
que essas Griôs foram capazes de criar modos de viver alinhadas com a natureza, em
qualquer que fossem seus locais de passagem ou morada, esses corpos que seguem
fazendo história. História essa que a colonialidade do saber tentou e tenta apagar. A
potência dessas mulheres em suas oralidades matriarcais, carrega o compartilhamento de
ideias e sonhos, que o cotidiano faz enrramar pelo seio da comunidade, comovendo seus
pares e fazendo nascer um sentido de pertencimento comunitário.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1714610 - MARIA DO SOCORRO BORGES DA SILVA
Interno - 1703312 - ELMO DE SOUZA LIMA
Interno - 423552 - FRANCIS MUSA BOAKARI
Externo à Instituição - 217.***.***-49 - ASSUNCAO DE MARIA SOUSA E SILVA - UESPI
Externo à Instituição - 103.***.***-30 - Angélica Ferrarez de Almeida - UEPE
Notícia cadastrada em: 08/10/2025 08:34
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