Esta pesquisa é sobre movimento sindical de docentes, a trajetória de lutas e conquistas dos professores da Rede Pública do Estado do Piauí, entre os anos de 2017 e 2022. A análise indica que as greves foram contra aspectos das políticas educacionais dos governos do Estado do PI, e configuram-se nas tensões e contradições entre governos e docentes. Os objetivos deste estudo são: atualizar a bibliografia sobre movimento sindical docente; analisar as greves, suas dinâmicas organizacionais e o discurso grevista no Piauí; examinar a capacidade de organização e mobilização do SINTE-PI; e estudar aspectos da relação do SINTE-PI com o Governo do Estado do Piauí. Para pensar o significado e o impacto de uma negociação trabalhista coletiva é necessário refletir sobre a natureza e o papel da greve como instrumento de reivindicação e mobilização social. Neste sentido, esta pesquisa responde as seguintes questões: o que é uma greve? E como se configura um discurso grevista? Como ocorreram as greves do movimento sindical docente do Estado do Piauí, entre 2017 e 2022? Como o governo reagiu às greves dos trabalhadores da educação nesse período? O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica Pública do Piauí se fortaleceu com as greves? Como? E, quais os resultados das greves para os trabalhadores da educação? A pesquisa utiliza abordagem metodológica qualiquantitativa, com técnica de análise documental e questionários. Os achados da pesquisa indicam que o sindicalismo docente no Estado do Piauí concentra sua luta na questão salarial e nas condições de trabalho, sendo a greve sua principal ferramenta. No período estudado os governos desconsideraram as condições dos trabalhadores e ameaçavam direitos conquistados. A defasagem salarial e resistência dos governos em negociar desencadearam as lutas do movimento sindical. A resistência à negociação mostra que a valorização salarial não foi prioridade no Estado e a postura quase inerte do governo às pautas e demandas da categoria indica uma política de achatamento salarial. Os trabalhadores solicitaram reajuste salarial conforme a porcentagem do piso nacional, valorização profissional e melhores condições de trabalho nas escolas.